A nova gestão pública e os cuidados de saúde: o empenhamento dos enfermeiros

Publication year: 2020

Ao longo dos últimos anos, as organizações sofreram mudanças estruturais e organizacionais devido, entre outros, aos novos modelos de gestão. Os hospitais não foram exceção, com as alterações introduzidas para contenção de custos, redução de recursos humanos e maior eficiência e eficácia, visando a melhoria da qualidade dos serviços prestados. Os enfermeiros gestores viram o seu papel alterar-se em função de indicadores e metas de desempenho, sendo confrontados com o cumprimento dos requisitos e melhoria da qualidade. Existem evidências de que o empenhamento organizacional tem implicações no desempenho dos colaboradores e, enquanto comportamento positivo assume um caracter relevante para a competitividade da organização daí, a importância do seu estudo e da identificação dos seus antecedentes em contexto hospitalar. Para este estudo definiu-se o seguinte objetivo: “Avaliar o empenhamento organizacional dos enfermeiros em contexto hospitalar e como se relaciona com a autonomia de funções e a justiça procedimental”.

Como objetivos específicos foram delineados os seguintes:

“Avaliar o empenhamento organizacional dos enfermeiros nas suas três dimensões, afetiva, normativa e instrumental”; “Analisar a autonomia nas funções como antecedente significativo para o empenhamento organizacional”; “Analisar a justiça procedimental como antecedente significativo para o empenhamento organizacional”. O estudo foi quantitativo descritivo-correlacional. A amostra é constituída por 141 enfermeiros de um hospital da região de Lisboa e Vale do Tejo. Aplicado um questionário com uma escala de Likert. Os enfermeiros apresentaram moderado empenhamento organizacional afetivo (3.81), e fracamente empenhados normativamente (2.77) e instrumentalmente (2.70). A autonomia de funções (β =.1925, p =.019) e a justiça procedimental (β =.485, p =.001) revelaram-se preditores significativos do empenhamento afetivo.
Over the past few years, organizations have undergone structural and organizational changes due, among others, to new management models. Hospitals were no exception, with changes introduced to contain costs, reduce human resources and increase efficiency and effectiveness, aiming to improve the quality of services provided. The nurse managers saw their role change according to performance indicators and goals, being confronted with the fulfillment of requirements and quality improvement. There is evidence that organizational commitment has implications on employee performance and, as a positive behavior it assumes a relevant role for the organization's competitiveness, hence the importance of its study and identification of its antecedents in an hospital context. The aim of this study was to Evaluation the organizational commitment of nurses in the hospital context, and how it relates to the autonomy of job functions and procedural justice”.

The following specific objectives were outlined:

“Evaluation of organizational commitment of nurses in their three dimensions, affective, normative and instrumental”; “Analysis of job autonomy as a significant antecedent for organizational commitment”; “Analysis of procedural justice as a significant antecedent for organizational commitment.” The study was quantitative descriptive-correlational. The sample consisted of 141 nurses from an hospital in the Lisbon and Tagus Valley region. A questionnaire using Likert scale was applied. The nurses presented moderate affective organizational commitment (3.81), and weak normative (2.77) and instrumental (2.70) commitment. Autonomy of job functions (β = .1925, p = .019) and procedural justice (β = .485, p = .001) revealed to be significant predictors of affective commitment.