Intervenções de enfermagem na deteção e tratamento ativo do potencial dador de órgãos

Publication year: 2020

A redução do sofrimento e inerente melhoria da qualidade de vida, dos doentes com determinadas doenças crónicas, estão fortemente ligados à transplantação, por esta ser a solução que confere, por vezes, a única opção de tratamento. No entanto, a escassez de órgãos disponíveis para doação limita o número de transplantes, contribuindo para o aumento da lista de espera, com o consequente aumento de morbilidade e mortalidade dos doentes, portadores de doença crónica (Direção Geral de Saúde, 2010). Segundo o Despacho nº 5480/2017 de 23 de junho, a atividade de doação, estável e consolidada é imprescindível para assegurar a resposta às necessidades dos doentes que aguardam em lista de espera para transplante, ainda assim, essa atividade proveniente de dadores em morte cerebral em Portugal, comparativamente a outros países, é insuficiente face à grande carência de órgãos. No nosso país existe uma significativa perda de dadores por não identificação da condição, ou não referenciação adequada. Para Day (2001), os enfermeiros de cuidados ao doente crítico são frequentemente responsáveis pela deteção de potenciais dadores de órgãos e pelo seu tratamento ativo. A identificação de um potencial dador em morte cerebral é consensual e a existência de algumas condições prévias ao diagnóstico definitivo é fundamental. A presença vinte e quatro horas por dia do enfermeiro junto do doente, torna-o no elemento mais competente para reconhecer os primeiros sinais de morte cerebral (Peiffer, 2007). A avaliação e monitorização do potencial dador, pelo enfermeiro, assumem vital importância no resultado do transplante. A prevenção e deteção precoce das principais complicações, advindas da morte cerebral, permitem ao enfermeiro, dentro da equipa multidisciplinar, instituir medidas terapêuticas adequadas, de modo a assegurar a viabilidade dos órgãos (Guetti & Marques, 2008).
Reducing suffering and inherently improving the quality of life of patients with certain chronic diseases is strongly linked to transplantation because this is sometimes the only treatment option. However, the shortage of organs available for donation limits the number of transplants, contributing to increase the waiting list, with the consequent increase in morbidity and mortality of patients with chronic disease (Directorate General of Health, 2010). According to Order No. 5480/2017 of June 23, the donation activity, stable and consolidated is essential to ensure the response to the needs of patients waiting on transplant waiting lists, yet this activity from donors in brain death in Portugal, compared to other countries, is insufficient due to the great lack of organs. In our country there is a significant loss of donors for not identifying the condition, or not adequate referral. For Day (2001), critical care nurses are often responsible for the detection of potential organ donors and for their active treatment. The identification of a potential donor in brain death is consensual and the existence of some conditions prior to the definitive diagnosis is fundamental. The 24- hour presence of the nurse next to the patient makes him the most competent element to recognize the first signs of brain death (Peiffer, 2007). The evaluation and monitoring of the potential donor, by the nurse, are of vital importance in the transplant result. The prevention and early detection of the main complications, caused by brain death, allow the nurse, within the multidisciplinary team, to institute appropriate therapeutic measures, so as to ensure the viability of the organs (Guetti and Marques, 2007).