Intervenções de enfermagem para gerir a dor da canulação da fístula arteriovenosa do doente em hemodiálise
Publication year: 2020
A Doença Renal Crónica (DRC) é considerada um problema de saúde pública,
apresentando altas taxas de morbilidade e mortalidade. Existem hoje em dia, aproximadamente,
37 milhões de adultos em risco de contrair DRC. A realidade portuguesa, é ligeiramente
diferente dos restantes países, visto que, apresenta uma prevalência ligeiramente superior à
média europeia. O avanço da DRC leva a que muitos clientes alcancem o quinto estadio da
doença e tenham necessidade de recorrer a uma técnica de substituição da função renal (TSFR).
A modalidade de TSFR mais prevalente em Portugal e no mundo é a Hemodiálise (HD)
e, segundo a Sociedade Portuguesa de Nefrologia (SPN), no ano de 2018, de todos os clientes
que iniciaram técnica, 58,9% encontram-se em programa regular de HD.
Para que se realize este tratamento, é necessário um acesso vascular (AV) que permita
um fluxo de sangue adequado. O AV de eleição e mais comum no nosso país é a fistula
arteriovenosa (FAV), sendo necessário realizar uma canulação, de modo a que exista um
circuito de sangue extracorporal. A canulação, como procedimento invasivo, tem a
particularidade de causar dor e a sua gestão é uma das preocupações do enfermeiro.
Este trabalho foi realizado durante os estágios, que permitiram o desenvolvimento e
aquisição de competências de enfermeiro especialista na área nefrológica, culminando na
realização de uma revisão scoping com o título: “Intervenções de enfermagem para gerir a dor
da canulação da fistula arteriovenosa do doente em hemodiálise”.
As conclusões deste estudo mostram que o enfermeiro especialista em nefrologia tem um
papel fundamental no que diz respeito à gestão e controlo da dor, visto existirem intervenções
farmacológicas e não farmacológicas à sua disposição. As intervenções não farmacológicas,
como a crioterapia aplicada no ponto Hegu, é aquela que apresenta melhores resultados, menos
efeitos secundários e menos impacto na vida socioeconómica do cliente, sendo por isso uma
intervenção válida. Cabe ao enfermeiro trabalhar em parceria com o cliente, para que este seja
um agente de mudança, e dessa forma utilizar a intervenção de enfermagem que melhor se
adapte ao cliente e deste modo diminuir a dor à canulação da FAV.
Chronic Kidney Disease (CKD) is considered a public health disease, presenting high
rates of morbidity and mortality. Currently there are an estimated 37 million adults at risk of
contracting CKD. The Portuguese reality is slightly different to that of other countries, with a
slightly higher prevalence then the European average. The quick advancement of CKD means
many affected individuals will reach the fifth stage of the disease and require renal replacement
therapy (RRT).
The most prevelant RRT modality in Portugal and the world is hemodialysis (HD) and,
according to the Portuguese Society of Nephrology, in 2018, from all clients that started this
technique, 58,9% are on a regular hemodialysis program.
In order to carry out this treatment, vascular access (VA) is necessary to allow an
adequate blood flow. The VA of choice and most common in our country is the arteriovenous
fistula access (AVF), where a cannulation is necessary, so that there is an extracorporal blood
circuit. Cannulation, as an invasive procedure, has the particularity of causing pain and its
management is one of the nurse’s concerns.
This work was carried out during clinical placement which allowed for the development
and acquisition of skills of the specialist nurse, culminating in the creation of a scoping review
with the title: “Nursing interventions to manage the pain from cannulation of the arteriovenous
fistula of the patient on hemodialysis”.
The conclusion of this study shows that the specialist nurse in nephrology has a
fundamental role regarding pain management, as there are pharmacological and nonpharmacological interventions available. The non-pharmacological interventions, like
cryotherapy applied at the Hegu point presents better results, fewer side effects and less impact
on the client’s socio-economic life, making it a valid intervention. It is up to the nurse to work
in partnership with the client, so that the client can become an agent for change and use the
nursing intervention that best adapts in the way reduce the pain of AVF cannulation