Taxa de suspensão de cirurgia em um hospital universitário e os motivos de absenteísmo do paciente à cirurgia programada
Rate of surgery suspension at a university hospital and the reasons that led to patient absenteeism for the planned surgery
Publication year: 2002
O estudo teve como finalidade investigar a taxa de suspensão de cirurgia e os motivos que levaram o absenteísmo do paciente à cirurgia programada. Os objetivos deste estudo foram identificar a freqüência da cirurgia suspensa pelo absenteísmo do paciente, segundo vínculo com a instituição, unidade de origem, faixa etária, sexo, especialidade, grau de escolaridade e renda familiar; classificar os motivos do absenteísmo segundo as condições social, clínica, institucional e pessoal e associá-los ás características da população estudada. Foi desenvolvido em um hospital universitário geral, voltados à assistência secundária, no município de São Paulo. Após a aprovação do Núcleo de Ensino e Pesquisa da Instituição procedeu-se a coleta de dados durante três meses consecutivos, a partir de documentos da Instituição e da entrevista com 60 pacientes. Os resultados mostram que das 1191 cirurgias agendadas, 934 foram programadas e 257 não programadas. Das cirurgias programadas foram realizadas 748 a 186 foram suspensas. A taxa geral de realização de cirurgia foi de 80,09% e para as cirurgias suspensas a taxa geral encontrada de 19.91%. Quanto ao absenteísmo do paciente à cirurgia programada foi encontrado 54,30% do total das 186 suspensões de cirurgia. A população estudada (60 entrevistados) caracterizou-se por 61,67% com vínculo com o Sistema Único de Saúde (SUS), internados na clínica Cirúrgica (48,33%) e Hospital dia (48,33%), da especialidade de cirurgia geral (56,67%), adulto (33,33%), do sexo feminino (55%), sem escolaridade formal (41,67%) e com renda de até 5 salários mínimos (45%).
Foram encontrados 10 motivos para o absenteísmo do paciente e classificados em:
condição institucional (53,33%) atribuídos ao desconhecimento da data, alteração da data da cirurgia, dificuldade de internação, falta de vaga e falta de exame pré-operatório, condição clínica (28,33%) relativos a infecção de vias áreas superiores e ) outras doenças; condição social (10%) relacionados a problemas trabalhistas e outros motivos (falta de dinheiro, perda da moradia devido a enchente e doença de familiares) e por fim condição pessoal (8,33%) relatados como desistência e outros motivos (viagem). Com estes resultados esperamos contribuir com a Instituição para a diminuição do absenteísmo do paciente à cirurgia programada e consequentemente a redução da taxa de suspensão de cirurgia.
This study was aimed at investigating the rate of surgery suspension and the reasons that led to patient absenteeism for the planned surgery. The objectives of this study were to identify the frequency of the supended surgery due to patient absenteeism, according to the link with institution, origin unit, age bracket, sex, speciality, degree of education and family income; classifying the reasons according to social class, clinical, institutional and personal conditions; and associating them with the target population. This study was carried out at a general university hospital, focused on secondary assistance, in the city of São Paulo. After the approval from the Institution's Educational and Research Center, data collecting was carried out for 3 consecutive months, from documents of the Institution and from interviews with 60 patients. Results show that from 1.191 scheduled surgeries, 934 were planned and 257 were not. Of all the planned surgeries 748 were performed and 186 were suspended. The general rate of surgery performance was 80.09% and of suspended surgeries was 19.91%. As for the patients absenteeism to the planned surgery the pecentage reached was 54.30% of the total of 186 suspended surgeries. The target group (60 participants) included 61.67% menbers of SUS (Sistema Único de Saúde), admitted to the Surgical Clinic (48.33%) and Day Care (48.33%), the peculiarity of general surgery (56.67%), adult (33.33%), female (55%), with no formal education (41.67%), and with income up to 5 minimum wages (45%).