Saúde mental de jovens atletas de futebol federado perante a privação da prática desportiva em competição

Publication year: 2022

Contexto:

O substrato para o presente estudo desponta da prolongadíssima interrupção a que as competições de futebol de formação assistiram, versando, desta forma, inúmeras interrogações sobre as particularidades psicológicas geradas numa população adolescente, que particularmente se consubstancia no desporto para regularizar o seu bem-estar e as suas vivências.

Objetivos:

Avaliar a saúde mental de jovens atletas de futebol federado perante a privação da prática desportiva em competição, decompondo-a em variáveis como a saúde mental positiva, literacia em saúde mental, motivação, sono, ansiedade, comportamentos aditivos e acompanhamento providenciado por parte dos clubes. Comparar e analisar força de associação entre algumas das variáveis entre si.

Metodologia:

Estudo quantitativo, descritivo correlacional, transversal e epidemiológico. Recorreu-se a uma amostragem não-probabilística por conveniência composta por 115 jovens atletas de futebol federado. A recolha de dados, transcorrida entre abril e junho de 2021, processou-se através de um questionário disponibilizado via on-line aos representantes dos clubes.

Resultados:

Os resultados obtidos testemunham universalmente a existência de níveis bem satisfatórios para as variáveis em análise, altamente representadas pelos valores médios elevados de saúde mental positiva e de motivação para a prática desportiva durante este período. A ínfima taxa de abandono da modalidade observada subscreve similarmente o referido. Os deficitários valores de literacia em saúde mental e os resultados decorrentes da aplicação do instrumento “Inventário de Saúde Mental – 5 (ISM-5)” representam, antagonicamente, os índices com resultados médios gerais de maior alarme.

Conclusões:

As conclusões do presente estudo testemunham, em primeira mão, a pertinência e matéria-prima declarada através da sua questão de partida e reitera a necessidade de desenvolvimento de estudos de acompanhamento futuros, desproporcionados, até, de um presente pandémico para se poder aferir, com maior clarividência, os índices de saúde mental residuais nos atletas. Os dados aventados firmam ainda a necessidade de um maior investimento num paradigma de promoção e prevenção da saúde mental dos atletas, assente no desenvolvimento e validação de programas de saúde mental positiva e de literacia em saúde mental adaptados aos mesmos.

Context:

The substrate for the present study emerges from the very long interruption witnessed by youth football competitions, addressing, in this way, numerous questions about the psychological particularities produced in an adolescent population, which, particularly, is embodied in sports to regulate their well-being and their experiences.

Objectives:

To asess mental health of young athletes during the deprivation of sports competition. This study also measure variables such as positive mental health, mental health literacy, motivation, anxiety, sleep, additions and the follow-up provided by the clubs during this time. Compare and analyze the strength of association between some variables.

Methodology:

Quantitative, descriptive correlational, transversal and epidemiologic study. A non-probabilistic for convenience sample was used and includes 115 young football athletes. Data was collected between April and June 2021 using an online questionnaire.

Results:

These results testify the existence of very satisfactory levels for the variables under analysis, highly represented by the average values of positive mental health and motivation to still practice football during this period... The tiny rate of dropout similarly suports what was mentioned before. The deficient values of literacy in mental health and the results after application of “Inventory of Mental Health – 5 (ISM-5)” represent the indices with general average results of greater alarm.

Conclusion:

The conclusions of the study prove the relevance and raw material declared through its starting question and reiterates the need to develop future follow-up studies, disconnected of a present pandemic, in order to be able to measure, with greater foresight, residual mental health indices in these athletes… The data put forward also confirm the need for greater investment in a paradigm of promotion and prevention of athletes’ mental health, based on the development and validation of adapted positive mental health and mental health literacy programs