Publication year: 2022
Introdução:
À medida que os anos passam, o risco de cair aumenta substancialmente e transforma a queda numa questão de saúde pública, não só, em virtude do aumento do número de idosos, na população mundial, como também na sua maior longevidade, sendo assim fundamental atuar rapidamente, para se poderem prevenir complicações e obter ganhos em saúde. A etiologia multifatorial das quedas torna complicada a sua prevenção, sendo por isso crucial, a identificação das pessoas com maior risco de cair, e os fatores que contribuem para tal. Objetivo:
Analisar os fatores que concorrem para as quedas, nomeadamente no que se refere às características sociodemográficas, à condição de saúde e à perceção da pessoa idosa sobre a sua qualidade de vida. Metodologia:
Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo, exploratório e transversal, realizado numa unidade de saúde de uma região urbana, do norte de Portugal, no período de setembro de 2018 a julho de 2019, com a participação de 40 idosos, com idade mínima de 65 anos. Como instrumento de colheita de dados foi usado um formulário. Integrado no projeto Pt4Ageing, este estudo teve aprovação da Administração Regional de Saúde. Resultados:
Dos 40 participantes do estudo, com uma idade média de 74,8 anos, 30% (n=12) tiveram quedas. Em relação ao sexo e idade das pessoas idosas que verbalizaram ter tido quedas nos últimos seis meses, 8 eram mulheres com idade média de 74,4 anos e 4 eram homens, com idade média de 78,3 anos. Em relação aos fatores sociodemográficos e à condição de saúde, confirmou-se associação significativa entre a ocorrência de quedas, o estado civil e a tensão arterial diastólica. A ocorrência de quedas é mais frequente nas pessoas idosas solteiras, divorciadas ou viúvas (p=0,018) e nos idosos com valores de tensão arterial diastólica inferiores (p=0,047). Também não se verificou associação significativa, no que se refere aos fatores relacionadas com as doenças, os sintomas, a medicação, a qualidade de vida e a ocorrência de quedas. Por outro lado, as pessoas idosas com dificuldade em andar (p=0,018), com desequilíbrios constantes (p=0,032) e com dor (p=0,02), apresentam perceção do risco de queda, evidenciando concomitantemente maior score na faceta Família/Vida Familiar (p=0,043). Conclusão:
Apesar do tamanho da amostra ter limitado o aprofundamento da análise estatística, os resultados obtidos contribuem para a sistematização da intervenção do enfermeiro especialista em enfermagem de reabilitação, no âmbito da prevenção de quedas em idosos a viver no domicílio. A importância da consciencialização da pessoa idosa, a atuação precoce perante a dificuldade em andar e os desequilíbrios constantes, sendo áreas sensíveis à intervenção dos enfermeiros especialistas em enfermagem de reabilitação, tornar-se-ão extremamente relevantes para a prevenção de quedas
Introduction:
As the years pass, the risk of falling increases substantially and turns falling into a public health issue, not only due to the increase in the number of elderly people in the world population, but also in its greater longevity, thus It is essential to act quickly to prevent complications and obtain health gains. The multifactorial etiology of falls makes its prevention complicated, and it is therefore crucial to identify people at greater risk of falling, and the factors that contribute to it. Objective:
To analyse the factors that contribute to falls, namely about sociodemographic characteristics, health status and the elderly person's perception of their quality of life. Methodology:
This is a quantitative, descriptive, exploratory, and cross-sectional study, carried out in a health unit in an urban region, north of Portugal, from September 2018 to July 2019, with the participation of 40 elderly people, with Minimum age of 65 years. As a data collection instrument, a form was used. As part of the Pt4Ageing project, this study was approved by the Regional Health Administration. Results:
Of the 40 study participants, with a mean age of 74.8 years, 30% (n=12) had falls. Regarding the gender and age of the elderly people who reported having had falls in the last six months, 8 were women with an average age of 74.4 years and 4 were men, with an average age of 78.3 years. Regarding sociodemographic factors and health status, a significant association was confirmed between the occurrence of falls, marital status and diastolic blood pressure. The occurrence of falls is more frequent in single, divorced or widowed elderly people (p=0.018) and in elderly people with lower diastolic blood pressure values (p=0.047). There was also no significant association about factors related to diseases, symptoms, medication, quality of life and the occurrence of falls. On the other hand, elderly people with difficulty walking (p=0.018), with constant imbalances (p=0.032) and with pain (p=0.02), present a perception of the risk of falling, showing concomitantly a higher score in the Family facet /Family Life (p=0.043). Conclusion:
Despite the sample size having limited the depth of statistical analysis, the results obtained contribute to the systematization of the intervention of specialist nurses in rehabilitation nursing, in the context of preventing falls in elderly people living at home. The importance of raising awareness among the elderly, acting early in the face of difficulty in walking and constant imbalances, which are areas that are sensitive to the intervention of specialist nurses in rehabilitation nursing, will become extremely relevant for the prevention of falls.