Tradução, adaptação cultural e validação da Sickle Cell Self-efficacy Scale (SCSES)
Translation, Cultural Adaption and Validation of the Sickle Cell Self-Efficacy Scale (SCSES)

Publication year: 2021

A validação de instrumentos específicos em doença falciforme são uma importante estratégia em saúde e, podem subsidiar e avaliar práticas e intervenções educativas que tem o intuito de melhorar a autoeficácia e habilidades no manejo da doença.

Objetivo:

Realizar a tradução, adaptação e validação do instrumento The Sickle Cell Self-Efficacy Scale (SCSES) para aplicação no contexto cultural brasileiro.

Métodos:

Trata-se de um estudo metodológico realizado em 6 etapas: 1- Tradução inicial; 2- Síntese da tradução; 3- Retrotradução (back-translation); 4- Avaliação pelo comitê de juízes, com cálculo de Índice de Validade de Conteúdo (IVC); 5- Adequação cultural (pré-teste); 6- Reprodutibilidade. A etapa de tradução foi realizada em parceria com o Laboratório Experimental de Tradução da Faculdade de Letras e o Laboratório de Bioestatística da UFMG. Na etapa de adaptação cultural, as versões original e traduzida foram submetidas à análise por um Comitê de Juízes composto por cinco profissionais da área de saúde. A partir da avaliação obtida foi calculado o Índice de Validade de Conteúdo (IVC) e a porcentagem de aceitação dos juízes em relação à adequação dos itens avaliados. Com o objetivo de avaliar a confiabilidade do instrumento adaptado culturalmente, este foi aplicado no pré-teste com a participação de um total de 10 adolescentes e jovens adultos com doença falciforme através de ligação telefônica e as respostas obtidas foram registradas na plataforma web e-Surv. Após realização do pré-teste, foi realizada a validação do instrumento com 55 adolescentes e jovens adultos com doença falciforme e destes, 43 participaram do reteste. O intervalo médio entre as aplicações foi de 17 dias. As análises da consistência interna e reprodutibilidade calculadas através do coeficiente alfa de Cronbach e pelo Coeficiente de Correlação Intraclasse (ICC) foram realizadas no ambiente de programação estatística R.

Resultados:

O instrumento traduzido apresentou boa aceitação entre os juízes, atingindo Índice de Validade de Conteúdo médio igual a 1,0. Na avaliação da confiabilidade, a escala apresentou consistência interna aceitável, com alfa de Cronbach igual a 0,84. Na análise de concordância, o coeficiente de correlação intraclasse foi de 0,923 (IC 95%: 0.857 a 0.958), o que indica boa reprodutibilidade temporal.

Conclusões:

O processo de tradução, adaptação cultural e validação gerou a versão brasileira da Escala de Autoeficácia em Doença Falciforme (EADF) considerada válida e confiável para ser aplicada em adolescentes e jovens adultos com doença falciforme.
The validation of specific instruments in sickle cell disease is an important health strategy that can support and evaluate educational practices and interventions aimed at improving self-efficacy and skills in disease management.

Objective:

To translate, adapt and validate The Sickle Cell Self-Efficacy Scale (SCSES) for application in the Brazilian cultural context.

Methods:

This is a methodological study carried out in 6 stages: 1- Initial translation; 2- Translation synthesis; 3- Back-translation; 4- Evaluation by the judges committee, with calculation of the Content Validity Index (CVI); 5- Cultural adequacy (pre-test); 6- Reproducibility. The translation stage was carried out in partnership with the Experimental Translation Laboratory of the School of Languages and the Biostatistics Laboratory of UFMG. In the cultural adaptation stage, the original and translated versions were submitted to analysis by a Committee of Judges composed of five health professionals. From the evaluation obtained the Content Validity Index (CVI) and the percentage of acceptance of the judges in relation to the adequacy of the items evaluated were calculated. Aiming to assess the reliability of the culturally adapted instrument, it was applied in pre-test with the participation of a total of 10 adolescents and young adults with sickle cell disease by telephone call and the responses obtained were recorded on the web platform e-Surv. After the pre-test, the instrument was validated with 55 adolescents and young adults with sickle cell disease, and of these, 43 participated in the retest. The average interval between applications was 17 days. The analyses of internal consistency and reproducibility calculated through Cronbach's alpha coefficient and the Intraclass Correlation Coefficient (ICC) were performed in the R statistical programming environment.

Results:

The translated instrument presented good acceptance among the judges, reaching an average Content Validity Index equal to 1.0. In assessing reliability, the scale showed acceptable internal consistency, with Cronbach's alpha equal to 0.84. In the agreement analysis, the intraclass correlation coefficient was 0.923 (95% CI: 0.857 to 0.958), indicating good temporal reproducibility.

Conclusions:

The process of translation, cultural adaptation and validation generated the Brazilian version of the Sickle Cell Self-Efficacy Scale (SES) considered valid and reliable to be applied in adolescents and young adults with sickle cell disease.