Publication year: 2019
Introdução:
A construção e validação de um Protocolo de Intervenções de Enfermagem (PIE) à pessoa com Síndrome de Dificuldade Respiratória Aguda (SDRA) em decúbito ventral (DV), surgiu da necessidade de constituir uma ferramenta de apoio ou guia orientador de uma prática de cuidados de enfermagem à Pessoa em Situação Crítica (PSC) mais diferenciada e uniformizada em contexto de cuidados intensivos. Esta pesquisa visa conhecer a perceção dos enfermeiros sobre a necessidade de um PIE à pessoa com SDRA em DV (estudo I), desenvolver e validar um PIE à pessoa com SDRA em DV, recorrendo a um painel de peritos (estudo II). Metodologia Esta pesquisa inclui dois estudos complementares. O estudo I (descritivo-correlacional) incluiu 30 enfermeiros que exercem funções no Serviço de Medicina Intensiva do Centro Hospitalar de Leiria. Foi aplicado um questionário sobre a perceção da necessidade de um PIE à pessoa com SDRA em DV, sendo utilizados o Teste U de Mann-Whitney e o Teste de Correlação de Spearman. O estudo II (descritivo) recorreu à metodologia delphi. Para tal, constituiu-se um painel de enfermeiros peritos, definiram-se critérios de inclusão e realizaram-se duas rondas aplicando questionários online através da plataforma google forms. Participaram na 1ª ronda 35 enfermeiros peritos e 26 na 2ª ronda. Pretendeu-se obter pelo menos 75% de consenso de inclusão nas respostas fornecidas pelos enfermeiros peritos, sendo que a 2ª ronda surge após análise dos resultados da 1ª ronda. Resultados:
O estudo I revelou que a maioria dos enfermeiros apresentam uma tendência positiva para a perceção da necessidade de um PIE à pessoa com SDRA em DV. Verificou-se que a perceção da necessidade de um PIE é superior junto do grupo de enfermeiros que não têm formação especifica na área da SDRA em DV. Confirmou-se, assim a existência de diferenças significativas no que respeita ao facto de ser útil, facilitar a prestação cuidados, e contribuir para a redução de complicações durante o procedimento. O estudo II revelou que apenas uma das 54 intervenções apresentadas aos enfermeiros peritos não obteve consenso de inclusão após as duas rondas do painel delphi e validou a pertinência de intervenções no âmbito das indicações e contraindicações do DV, preparação e execução, complicações, cuidados à pessoa em DV e sua duração. Conclusão:
A existência de um PIE validado à pessoa com SDRA em DV é uma ferramenta de apoio à tomada de decisão, assegura uma sequência de cuidados baseados na evidência científica, promove a qualidade e a prática de cuidados de enfermagem à PSC mais diferenciada e uniformizada.
Introduction:
The construction and validation of a Nursing Interventions Protocol (NIP) for
people with Acute Respiratory Distress Syndrome (ARDS) in the prone position (PP) emerged from the need to provide a support tool or a guide for a more differentiated and standardized nursing practice for critical situation in intensive care context. This research’s goal is to understand nurses’ perception of the need for a NIP to the person with ARDS in PP (study I), to develop and validate a NIP to the person with ARDS in PP, using an expert panel (study II).
Methodology:
This research includes two complementary studies. The study I (descriptivecorrelational) included 30 nurses who work in the Intensive Care Unit of the Centro Hospitalar de Leiria. A questionnaire was applied about the perception of the need for a NIP to the person with ARDS in PP, and the Mann-Whitney U Test and the Spearman Correlation Test were used.
The study II (descriptive) followed the delphi technique methodology. For such, a panel of
expert nurses was established, inclusion criteria were defined, and two rounds conducted
applying online questionnaires through the google forms platform. The first round included 35 expert nurses and 26 participated in the second round. The aim was to get at least 75% of inclusion consensus in the answers provided by the expert nurses. The second round came after the analysis of the results of the first round.
Results:
The study I revealed that most nurses have a positive tendency to perceive the need for a NIP to the person with ARDS in PP. It was found that the perception of the need for a NIP is higher among the group of nurses who do not have specific training in the area of ARDS in PP. These significant differences were confirmed about the fact that it is useful, facilitates care and contributes to reducing complications during the procedure. The study II revealed that only one of the 54 interventions presented to the expert nurses did not reach inclusion consensus after two rounds of the delphi panel. The relevance of interventions in the scope of PP indications and contraindications, preparation and execution, complications, care to the person in PP and its duration, were validated.
Conclusion:
The existence of a validated NIP to the person with ARDS in PP is a decision
support tool, ensures a sequence of care based on scientific evidence, promotes quality and the differentiated and uniformed nursing practice for critical situation.