Distress psicológico e estratégias de coping após isolamento social devido a COVID-19
Publication year: 2022
A presença de sintomas de distress psicológico como consequência do isolamento social que a COVID-19 obriga é uma realidade patente em algumas das pessoas que experienciam esta vivência. O presente estudo é parte integrante de um projeto de maior dimensão alocado ao CINTESIS / ESEP, coordenado pelo Professor Wilson Abreu subordinado ao tema: “Mental Health and COVID-19 pandemic: reactions and post-traumatic stress in people related to social isolation and infection after recovery”. Segue uma abordagem quantitativa não experimental, descritiva, transversal e correlacional. Adotou-se uma técnica de amostragem não probabilística efetuada em efeito bola de neve (snowball), contabilizando um total de 581 participantes voluntários que vivenciaram situação de isolamento social. A amostra apresentava uma média de idades de 34,5 anos, na sua maioria do sexo feminino (82,6%).
Os dados foram colhidos entre Janeiro e Março de 2021 com a aplicação de um questionário que contemplava as seguintes escalas:
Brief Symptom Inventory, Derogatis (1993) (versão portuguesa) Core Beliefs Inventory , Cann et. al (2010) (versão portuguesa). Os resultados deste estudo permitem constatar que existe evidência da presença de distress psicológico nas pessoas que vivenciam a situação de isolamento social por COVID-19, identificando a existência de distúrbio em todas as subescalas do BSI e do Índice Global de Sintomas (IGS). Identificamos que o ICC se correlaciona positiva e significativamente com todas as dimensões do distress psicológico em estudo, o que sugere que, quanto maior forem as alterações nas crenças previamente existentes, mais impacto terá na intensidade do mal-estar psicológico. O estudo realizado, através da ANOVA (F) permitiu concluir que, relativamente aos níveis de distress apresentados, existe uma diferença entre o tipo de isolamento social vivenciado uma vez que, quem vivencia a situação de isolamento por motivo de infeção apresenta níveis de sintomas psicopatológicos inferiores quando comparado com as pessoas que vivenciaram a situação de isolamento por motivo profilático com p ≤ 0,05 na maioria das subescalas. Verificamos ainda que, apesar de significativamente relacionadas com o tipo de isolamento (profilático ou infeção), ambas as classificações dos tipos de suporte (social e dos serviços de saúde) não apresentam diferença relevante entre si.
The presence of psychological distress symptoms due to the social isolation caused by COVID-19 is a reality evident in some of the people who experience it. This study is part of a larger project allocated to CINTESIS/ESEP, coordinated by Professor Wilson Abreu, under the theme “Mental Health and COVID-19 pandemic: reactions and post-traumatic stress in people related to social isolation and infection after recovery”. We followed a non-experimental, descriptive, transversal, and correlational quantitative approach. We used the snowball effect, a non-probabilistic sampling technique, in a sample of 581 volunteer participants total who experienced social isolation. The sample was mostly female (82.6%) with an average age of 34.5 years.