Literacia e saúde mental positiva dos estudantes do ensino superior

Publication year: 2022

O desenvolvimento da literacia em saúde mental positiva perante uma perspetiva salutogénica, deve ser considerado como uma dimensão fundamental no empoderamento dos estudantes do ensino superior e consequente capacidade de enfrentamento das adversidades e resiliência no processo de transição que vivenciam. Agora mais que nunca, é de extrema importância percebermos o quanto é relevante a consolidação destes conceitos na população estudantil para a obtenção de mais ganhos em saúde mental, e para uma melhor resposta tanto a nível pessoal, como académico. Assim, perceber a saúde mental como um foco de atuação é condição sine quo non. Este trabalho de investigação resulta da necessidade de entender, a influência dos níveis de literacia em saúde mental dos estudantes do ensino superior na capacidade de desenvolver estratégias eficazes para uma saúde mental mais positiva. Norteou-se a construção deste estudo com o objetivo de avaliar o nível de conhecimento e o índice de saúde mental positiva das pessoas, com o intuito de identificar necessidades de intervenção ao nível da promoção da saúde mental, prevenção da doença mental, e na gestão eficiente dos serviços de saúde. Realizou-se um estudo alicerçado num paradigma quantitativo, exploratório do tipo descritivo e transversal, constituído por uma amostra não probabilística de 797 estudantes do ensino superior, dos quais 516 responderam à totalidade do “Questionário de Literacia e Saúde Mental Positiva”, versão estudantes do ensino superior (Sequeira, Ferreira Carvalho, Ribeiro & Pires, 2018) de autopreenchimento online. Desta investigação resulta a correlação entre os níveis de literacia em saúde mental dos estudantes do ensino superior, com os níveis de saúde mental positiva dos mesmos. Os dados obtidos demonstram que 90,6% dos alunos do ensino superior incluídos neste estudo, são solteiros, maioritariamente mulheres e com uma idade média de 22,3 anos. Observou-se que 45% EES já teve algum acompanhamento psicológico ou psiquiátrico, e 14,8% recorreu a algum serviço de saúde, devido a um problema de saúde mental nos últimos 3 meses e 7,8% assume o uso regular de medicação psiquiátrica. Da correlação entre literacia e saúde mental positiva verificou-se um perfil de nível intermédio, com uma representação na percentagem máxima de 48,32% da amostra na frequência de conhecimentos sobre o que é importante para uma boa saúde mental, e 40,5% com domínio positivo dos conhecimentos de saúde mental. No entanto conclui-se que apesar de motivados e empenhados no seu papel de agentes dinamizadores da sua própria saúde mental positiva, esta deve ser aprimorada com a intervenção de profissionais de saúde especializados para o desenvolvimento de programas no âmbito de LSMP no desenvolvimento de competências socioemocionais através de uma perspetiva salutogénica.
The development of positive mental health literacy from a salutogenic perspective, should be considered a fundamental dimension in the empowerment of higher education students and the consequent ability to cope with adversity and resilience in the transition process they experience. Now more than ever, it is extremely important to realize how relevant the consolidation of these concepts in the student population is for obtaining more gains in mental health, and for a better response at both a personal and academic level. Thus, perceiving mental health as a focus of action is a sine quo non-condition. This research work results from the need to understand the influence of higher education student’s mental health literacy levels on their ability to develop effective strategies for more positive mental health. The construction of this study was guided by the objective of evaluating the level of knowledge and the positive mental health index of people, in order to identify intervention needs in terms of mental health promotion, prevention of mental illness, and management efficient health services. A study was carried out based on a quantitative, exploratory, descriptive and cross-sectional paradigm, consisting of a non-probabilistic sample of 797 higher education students "Literacy and Positive Mental Health Questionnaire", students’ version of the higher education (Sequeira, Ferreira Carvalho, Ribeiro & Pires, 2018) of online self-completion. From this investigation results the correlation between the mental health literacy levels of higher education students, with their positive mental health levels. The data obtained show that 90.6% of higher education students included in this study are single, mostly women and with an average age of 22.3 years. It was observed that 45% EES had already had some psychological or psychiatric follow-up, 14.8% resorted to some health service due to a mental health problem in the last 3 months, and 7.8% assume regular use of psychiatric medication. From the correlation between literacy and positive mental health, there was an intermediate level profile, with a representation in the maximum percentage of 48.32% of the sample in the frequency of knowledge about what is important for good mental health, and 40.5% with positive domain of mental health knowledge. However, it is concluded that despite being motivated and committed to their role as agents that promote their own positive mental health, this should be improved with the intervention of specialized health professionals for the development of programs within the scope of LSMP in the development of socio-emotional skills through a salutogenic perspective.