Felicidade no trabalho e interação familiar: Um estudo com enfermeiros de um Agrupamento de Centros de Saúde
Publication year: 2022
A promoção de ambientes de trabalho positivos e a Interação familiar em Enfermeiros, têm implicação na Felicidade no trabalho, representando um verdadeiro desafio para o Enfermeiro Gestor. Inserido no projeto Internacional de Saúde Ocupacional (INT-SO): dos contextos de trabalho à saúde ocupacional dos profissionais de Enfermagem, um estudo comparativo entre Portugal, Brasil e Espanha, este estudo, visa identificar: os níveis de Felicidade no trabalho e de Interação familiar, a sua relação em função de variáveis sociodemográficas e profissionais e, analisar a variação entre Felicidade no trabalho e a Interação familiar. Para a sua concretização desenvolveu-se um estudo quantitativo, descritivo, correlacional e transversal com 105 Enfermeiros de um Agrupamento de Centros de Saúde (ACeS) da região norte de Portugal, selecionados através de uma amostra de conveniência. O instrumento de colheita de dados contemplou um questionário sociodemográfico e profissional, a Shorted Happiness at Work Scale (SHAW) (Salas-Vallina & Alegre, 2018a; Queirós et al., 2020), e a Survey WorkHome Interaction Nijmegen (SWING, Geurts et al., 2005; Pereira et al., 2014), tendo a análise de dados sido efetuada através de estatística descritiva e inferencial. Os Enfermeiros apresentaram níveis moderados de Felicidade no trabalho, sendo estes mais elevados na dimensão do engagement e, níveis moderados a baixos de Interação familiar, com o score médio mais elevado na Interação positiva família-trabalho. Os Enfermeiros mais jovens e os que exerciam funções no Centro de Saúde 2 evidenciaram níveis superiores de engagement, os Enfermeiros Especialistas apresentaram níveis mais elevados de compromisso organizacional afetivo e, os que percecionam o trabalho stressante, níveis mais baixos de Felicidade no trabalho na escala total e em todas as suas dimensões. Os Enfermeiros do sexo feminino evidenciaram um nível mais elevado de Interação familiar e de influência negativa família-trabalho. Os participantes com filhos obtiveram níveis mais elevados de Interação negativa trabalho-família, os que percecionam trabalho stressante demonstraram níveis mais elevados de Interação familiar e de Interação negativa trabalhofamília e Interação positiva família-trabalho e, os que praticam atividades de lazer revelaram níveis médios mais baixos de Interação familiar (total e subescalas). Verificou-se, ainda, uma correlação negativa entre a Interação negativa trabalho-família e a escala total da Felicidade no trabalho, assim como na dimensão de engagement. Em suma, avaliar o modo como os Enfermeiros percecionam a sua Felicidade no trabalho e os níveis de Interação familiar, torna-se essencial para que os Enfermeiros gestores possam definir estratégias que potenciem ambientes de trabalho saudáveis.
The promotion of positive work environments and family interactions in nurses has implications on work happiness, presenting as a challenge to the Nurse Manager. This work, incorporated in International Occupational Health Project (INT-SO): link between work environments and occupational health in nursing, a comparative study between Portugal, Brazil and Spain, aims to identify the levels of work happiness and family interactions, and their connection in relation to sociodemographic and professional variables. For this, a quantitative, descriptive, comparative and transverse study was developed, analysing a sample of 105 nurses, gathered through convenience sampling, from an Agrupamento de Centros de Saúde – Grouping of Health Centers (ACeS) of the North region of Portugal. The methods used for data collection were based on sociodemographic and professional surveys, such as a Shorted Happiness at Work Scale (SHAW) (Salas-Vallina & Alegre, 2018a; Queirós et al., 2020) and a Survey Work-Home Interaction Nijmegen (SWING, Geurts et al., 2005; Pereira et al., 2014). The data collected was then processed through descriptive and inferential statistical analysis. Overall, the nurses presented moderate levels of Work happiness, being higher in the engagement component; moderate to low levels of Family interaction, having obtained the highest average score on positive interaction family-work. Younger nurses and those working on Health Center 2 presented higher levels of engagement, Specialist Nurses presented higher levels of emotional organizational compromise and the lowest levels of work happiness on all its components. Female Nurses had generally higher levels of Family Interaction and of negative influence family-work. Participants with children had the highest levels of negative influence workfamily; those who view work as stressful had higher levels of family interaction, negative influence work-family and of positive influence family-work; those who enrol on hobbies or other free-time activities presented medium to low levels of Family Interaction (total and components). It was also verified a negative correlation between Negative interaction workfamily and overall work happiness as with the engagement component. Therefore, evaluating how nurses view their work happiness and family interactions becomes essential to Nurse Managers for the creation and planning of strategies that boost healthy work environments