O Comportamento Alimentar dos Estudantes de um Instituto Politécnico do Interior do País
Publication year: 2022
A adolescência engloba um conjunto de mudanças biológicas, psicológicas e sociais que
aumentam a vulnerabilidade dos adolescentes. Esta poderá verificar-se no seu comportamento
alimentar, resultado da interação de fatores físicos, psicológicos e emocionais, traduzindo-se em
consequências negativas para a sua saúde. Perante as exigentes necessidades nutricionais dos
adolescentes, o comportamento alimentar assume um papel fundamental no seu crescimento e
desenvolvimento.
Este estudo pretende caraterizar o comportamento alimentar dos estudantes a
frequentarem o primeiro ano dos cursos de licenciatura de um instituto politécnico do interior do
país e avaliar a relação do mesmo com a idade, o sexo, o índice de massa corporal dos estudantes
e o curso de licenciatura e unidade orgânica por si frequentados.
É um estudo de natureza quantitativa, descritivo-correlacional, transversal, realizado
numa amostra selecionada pelo método não probabilístico por conveniência. A amostra é
constituída por 231 estudantes, 176 mulheres e 55 homens, com uma média de idades de 18,39
(±0,49). A recolha de dados foi realizada através do preenchimento de um questionário online,
constituído pelos dados sociodemográficos e antropométricos da amostra e pelo Three-Factor
Eating Questionnaire – R21, validado para a população portuguesa por Duarte, Palmeira e PintoGouveia (2018) e constituído por 21 perguntas de resposta fechada, permitindo a avaliação das
seguintes dimensões do comportamento alimentar: restrição cognitiva, descontrolo alimentar e
alimentação emocional.
Os resultados sugerem que a idade não se correlacionou com nenhuma das dimensões do
comportamento alimentar e que a restrição cognitiva foi a única dimensão que se correlacionou
com o índice de massa corporal. Na amostra estudada, o descontrolo alimentar foi a dimensão
com maior valor médio, seguindo-se a restrição cognitiva e, por fim, a alimentação emocional.
Esta última foi a única dimensão que apresentou diferença estatisticamente significativa, sendo
predominante no sexo feminino em comparação com o masculino. Ao nível das unidades
orgânicas, não se verificaram diferenças estatisticamente significativas nas três dimensões do
comportamento alimentar.
Verifica-se, assim, a necessidade de se promover a sensibilização sobre a importância do
comportamento alimentar dos estudantes do ensino superior, tendo em conta a influência da
componente emocional no mesmo.
Adolescence comprises a set of biological, psychological and social changes that
increase adolescents’ vulnerability. This can be seen in their eating behaviour, as a result of the
interaction of physical, psychological and emotional factors, translating into negative
consequences for their health. Faced with the demanding nutritional needs of adolescents, eating
behaviour plays a fundamental role in their growth and development.
This study aims to characterize the eating behaviour of students attending the first year
of undergraduate courses at a polytechnic institute in the up-country and evaluate its relationship
with their age, gender, body mass index and the undergraduate course and organic unit attended
by them.
It´s a quantitative, descriptive-correlational, cross-sectional study, carried out on a
sample selected by the non-probability sampling method by convenience sampling. The sample
is composed by 231 students, 176 women and 55 men, with an average age of 18,39 (±0,49). Data
collection was performed by completing an online questionnaire, consisting of the
sociodemographic and anthropometric data of the sample and the Three-Factor Eating
Questionnaire – R21, validated for the Portuguese population by Duarte, Palmeira e PintoGouveia (2018) and composed by 21 closed-answer questions, allowing the assessment of the
following dimensions of the eating behaviour: cognitive restraint, uncontrolled eating and
emotional eating.
The results suggest that age did not correlate with any of the eating behaviour´s
dimensions and cognitive restraint was the only dimension that correlated with body mass index.
In the studied sample, uncontrolled eating was the dimension with the highest average value,
followed by cognitive restraint and, finally, emotional eating. This last one was the only
dimension presenting a statistically significant difference, being predominantly female compared
to the male sex. At the level of organic units, there were no statistically significant differences in
the three dimensions of the eating behaviour.
Thus, there is a need to promote awareness of the importance of eating behavior in
higher education students, taking into account the influence of the emotional component in it.