Publication year: 2021
Enquadramento:
A osteoporose é uma doença de início silencioso e que se carateriza pela
redução da densidade mineral óssea, com consequente fragilidade óssea, favorecendo um
elevado risco de fraturas. São vários os fatores de risco associados, tais como, idade avançada,
género feminino, raça caucasiana, história familiar de osteoporose, alterações
osteoblásticas/hormonais, baixa ingestão de cálcio e vitamina D e o sedentarismo,
influenciando diretamente a incidência desta patologia e, consequentemente, as lesões
osteoporóticas.
Objetivos:
Caraterizar o perfil das pessoas que frequentam uma Unidade de Saúde Familiar
(USF) da Região Centro, relativamente ao risco de lesões osteoporóticas. Como objetivos
específicos, pretende-se, determinar o risco de lesão osteoporótica Major (coluna, punho, anca
e ombro) e da anca a dez anos e analisar a influência das variáveis sociodemográficas,
antropométricas e hábitos de vida no risco de lesões osteoporóticas.
Metodologia:
O domínio da investigação enquadra-se num estudo descritivo - correlacional,
transversal e do tipo quantitativo. A amostra é não probabilística por conveniência, constituída
por 364 pessoas com mais de 50 anos, de uma USF da Região Centro e selecionadas de forma
aleatória, no período compreendido entre o mês de Abril e Julho de 2019. Aplicado um
protocolo de avaliação constituído por variáveis sociodemográficas, antropométricas e hábitos
de vida em associação como o uso da ferramenta Frax ® Port. O tratamento estatístico foi
efetuado informaticamente, recorrendo ao programa de tratamento estatístico Statiscal
Package for the Social Science (SPSS), na versão 25.0.
Resultados:
As pessoas mais velhas tendem a evidenciar maior probabilidade de fraturas e,
consequentemente, maior risco de lesões osteoporóticas, sendo este risco superior nas
mulheres; as pessoas casadas ou que vivem em união de facto evidenciam menor risco de
lesões osteoporóticas; as pessoas com nível de escolaridade mais baixo apresentam um risco
de lesões osteoporóticas mais elevado; as pessoas com Índice de Massa Corporal (IMC) mais
elevado revelam alguma tendência para apresentarem menor risco de lesões osteoporóticas.
Conclusão:
No global o presente trabalho evidencia que os fatores sociodemográficos, o IMC
e alguns hábitos de vida, influenciam diretamente o risco de fratura, sendo essencial uma
intervenção eficaz a esse nível. No âmbito do papel e das competências do Enfermeiro
Especialista em Enfermagem Comunitária destaca-se a sua intervenção no que concerne à
educação das pessoas para a adoção de hábitos de vida saudáveis, integrando projetos em
desenvolvimento e propondo a elaboração de outros que visem o controlo dos fatores de risco
identificados e, neste sentido, a prevenção da doença e a promoção da saúde.
Background:
Osteoporosis is a disease of silent onset and characterized by a reduction in
bone mineral density, with consequent bone fragility, favoring a high risk of fractures. There
are several associated risk factors, such as advanced age, female gender, Caucasian race,
family history of osteoporosis, osteoblastic / hormonal changes, low calcium and vitamin D
intake and physical inactivity, directly influencing the incidence of this pathology and,
consequently, osteoporotic injuries.
Objectives:
To characterize the profile of people who attend a Family Health Unit (FHU) in
the Centro Region, regarding the risk of osteoporotic injuries. As specific objectives, it is
intended to determine the risk of major osteoporotic injury (spine, wrist, hip and shoulder)
and hip for ten years and to analyze the influence of sociodemographic, anthropometric
variables and life habits on the risk of osteoporotic injuries.
Methodology:
The field of research is part of a descriptive study - correlational, transversal
and quantitative. The sample is non-probabilistic for convenience, consisting of 364 people
over 50 years of age, from a FHU in the Central Region and selected at random, in the period
between April and July 2019. An evaluation protocol consisting of sociodemographic,
anthropometric and lifestyle habits in association with the use of the Frax ® Port tool. The
statistical treatment was carried out by computer, using the statistical treatment program
Statiscal Package for the Social Science (SPSS), in version 25.0.
Results:
Older people tend to show a higher probability of fractures and, consequently, a
higher risk of osteoporotic injuries, with this risk being higher in women; people who are
married or in a long time relationship have a lower risk of osteoporotic injuries; people with a
lower level of education have a higher risk of osteoporotic injuries; people with a higher Body
Mass Index (BMI) show some tendency to have a lower risk of osteoporotic injuries.
Conclusion:
Overall, this study shows that sociodemographic factors, BMI and some lifestyle
habits, directly influence the risk of fracture, wath means that un efective intervention at this
level is essential. Within the scope of the role and competences of the Community Nurse
Specialists, his intervention stands out with regard to educating people to adopt healthy
lifestyle habits, integrating projects in development and proposing the development of others
aimed at controlling identified risk factors and, in this sense, disease prevention and health
promotion.