Avaliação do Risco de Diabetes Mellitus Tipo 2 na População Adulta de uma Unidade de Saúde Familiar

Publication year: 2018

A Diabetes Mellitus Tipo 2 é considerada como a doença crónica não transmissível cuja prevalência mais tem aumentado de forma significativa, sendo já considerada como uma das “epidemias” do século XXI pela Organização Mundial de Saúde. Assume-se como uma das doenças com maior impacto socioeconómico nos sistemas de saúde pública, tanto nos países desenvolvidos como em vias de desenvolvimento. Estima-se que em Portugal mais de um milhão de pessoas tenha diabetes, valor que tem aumentado gradualmente. Os Cuidados de Saúde Primários são essenciais na prevenção desta doença, através da sensibilização para a mudança comportamental e/ou adoção de estilos de vida saudáveis, rastreio e deteção precoce de potenciais casos de diabetes. Com o objetivo geral de avaliar o risco de desenvolvimento de Diabetes Mellitus Tipo 2 num período temporal de 10 anos desenvolveu-se um estudo descritivo-correlacional, transversal, numa amostra probabilística, aleatória simples, constituída por 341 participantes inscritos numa Unidade de Saúde Familiar, com idades compreendidas entre os 45 e os 54 anos, 54.3% do sexo feminino e 45.7% do sexo masculino. Após obtenção das autorizações e o consentimento informado, a recolha de dados foi efetuada através de entrevista individual. Foi utilizada a Escala FINDRISC (Finnish Diabetes Risk Score) ou Escala de Avaliação do Risco de Desenvolvimento de Diabetes Mellitus Tipo 2 e a Escala de Locus-de-Controlo de Saúde, adaptada e validada para a população portuguesa por Ribeiro (1994). O tratamento estatístico foi efetuado informaticamente recorrendo ao programa de Statistical Package for Science Social (SPSS), versão 23 de 2016. Identificaram-se 129 participantes com risco moderadamente alto, alto ou muito alto de desenvolverem Diabetes Mellitus Tipo 2, num período temporal de 10 anos. Os participantes com maior risco de desenvolver Diabetes são os homens, os residentes em meio rural, os que têm profissões dos grupos 6 e 7 ou 8 e 9, os que tomam antidislipidémicos, os fumadores e os hipertensos. Os resultados desta investigação apontam para a necessidade da implementação de estratégias que visem diminuir o efeito dos fatores de risco que contribuem para o desenvolvimento de Diabetes Mellitus Tipo 2, sendo essencial a articulação entre os vários profissionais de saúde, para assim conduzir à obtenção de ganhos em saúde na amostra estudada.
Diabetes Mellitus Type 2 is considered to be the chronic non-transmissible disease with the most significant rise in prevalence, being considered by the World Health Organization as one of the XXI Century’s “epidemics”. It stands as one of the diseases with the highest socioeconomic impact on public health systems, as much in developed countries as in developing ones. It’s been estimated that in Portugal more than a million people suffer from diabetes, a number gradually rising. Primary Health Care is essential in the prevention of this disease, through awareness development on behavioural changes and/or adoption of healthy life styles, screening and early detection of potential cases of diabetes. Having in mind the general objective of evaluating the risk of developing Diabetes Mellitus type 2 over a time period of 10 years, a descriptive-correlational transversal study was developed, using a simple random sample, made of 341 participants signed on a Family Health Unit, ranging between 45 and 54 years of age, 54.3% female and 45.7 of the male gender. After the correct permits and informed consent was obtained, the data collection was performed using individual interviews. The scale used was FINDRISC (Finnish Diabetes Risk Score) or Risk of Developing Diabetes Mellitus Type 2 Evaluation Scale and Locus-of-Control Scale adapted and validated for the Portuguese population by Ribeiro (1994). The statistical treatment was done by computer using the Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), version 23 of 2016. 129 participants were identified with moderately high, high or very high risk of developing Diabetes Mellitus Type 2, over a time period of 10 years. The participants with the highest risk of developing Diabetes Mellitus Type 2 are male, rural residents, working in professions of the groups 6 and 7 or 8 and 9, individuals on antidyslipidemics, smokers and hypertensives. The results of this research point to the necessity to implement strategies that aim to diminish the effect of the risk factors that contribute to the development of Diabetes Mellitus Type 2, being essential for that the articulation amongst diverse health professionals, thus directing to attain health gains in the studied sample.