Publication year: 2018
Enquadramento:
O envelhecimento demográfico conduz a um acréscimo de situações
patológicas e de dependência física, onde emerge como foco de atenção o cuidado informal à
pessoa idosa dependente, tendo sido atribuída essa responsabilidade à família. Esta situação
constitui um acontecimento stressante, perante o qual, a resposta da família estará dependente da
capacidade de mobilizar estratégias de coping. A enfermagem comunitária assume um papel
primordial na prevenção do declínio da saúde física e mental destes cuidadores e na adaptação ao
seu novo papel.
Objetivo:
Identificar as estratégias de coping de cuidadores informais de idosos
dependentes.
Métodos:
Estudo não experimental, quantitativo, transversal, descritivo e correlacional,
realizado numa amostra não probabilística, de conveniência, constituída por 33 cuidadores
informais de idosos dependentes referenciados numa Equipa de Cuidados Continuados Integrados
da Região Centro de Portugal. A colheita de dados foi efetuada através do preenchimento de um
questionário para obtenção de dados sociodemográficos do idoso dependente e do cuidador
informal, bem como do contexto dos cuidados, recorrendo-se também à aplicação do Índice de
Barthel, versão portuguesa de Araújo, Ribeiro, Oliveira e Pinto (2007), da Escala de Graffar
adaptada para a população portuguesa por Amaro (2001) e do Inventário de Avaliação Pessoal
Orientado para a Crise em Família (F-COPES), versão portuguesa de Vaz Serra, Firmino,
Ramalheira e Canavarro (1990).
Resultados:
Os idosos cuidados são maioritariamente (60,6%) do sexo masculino, com
média de idades de 80,45 anos, portadores de doenças crónicas (100%) e totalmente dependentes
(81,8%). Os cuidadores informais, na sua maioria (75,8%) são do sexo feminino, com média de
idades de 66,1 anos, casados (81,8%), residentes no meio urbano (51,5%) e pertencentes à classe
média baixa (60,6%). A maioria são cônjuges (60,6%) e coabitam com o idoso (90,9%). Os
cuidadores informais de idosos dependentes recorrem a estratégias de coping, sendo os melhores
resultados obtidos para o fator “Reenquadramento” e “Mobilização de Apoio Formal”.
Cuidadores informais de idosos mais velhos e mais dependentes, recorrem mais à estratégia
“Procura de apoio espiritual”; cuidadores mais novos, que ocupam uma posição social mais
elevada e que cuidam de idosos mais dependentes, utilizam um maior número de estratégias de
coping.
Conclusões:
Os resultados obtidos apontam para a necessidade de implementar
intervenções de enfermagem focadas na família, que ajudem a mobilizar estratégias de coping,
que permitam otimizar o papel de cuidador e eliminar ou minimizar o impacto negativo,
decorrente desse papel, conduzindo desta forma à obtenção de ganhos em saúde nesta amostra
específica.
Background:
Demographic ageing leads to an increase of pathological situations and
physical dependence, where informal care of an elderly dependent person, emerges as the focus
of attention and this responsibility has been assigned to the family. This situation represents a
stressful experience, in which, the family feedback will be dependent on the ability to mobilize
coping strategies. Community nursing plays a key role, both in preventing physical and mental
health decline of these caregivers and adjusting to their new role.
Objective:
To identify coping strategies of informal caregivers of elderly dependent
people.
Methods:
A non-experimental, quantitative, cross-sectional, descriptive and correlate
study was carried out in a non-probabilistic, convenience sample of 33 informal caregivers of
elderly dependent people, referenced from a Long-term Care Team in the Central Region of
Portugal. Data collection was accomplished through the completion of a questionnaire, to obtain
socio demographic data of both elderly dependent and the informal caregiver and the context of
healthcare as well. It was also applied, The Barthel Index, Portuguese version by Araújo, Ribeiro,
Oliveira and Pinto (2007), The Graffar scale adapted to the Portuguese population by Amaro
(2001) and the Family Crisis Oriented Personal Evaluation Scales (F-COPES), Portuguese
version by Vaz Serra, Firmino, Ramalheira and Canavarro (1990).
Results:
Elderly who were cared for, are predominantly male (60.6%), with a mean age
of 80.45 years, chronically ill (100%) and totally dependent (81.8%). Informal caregivers, are
mainly female (75.8%), with a mean age of 66.1 years, married (81.8%), living in urban areas
(51.5%) and low middle class (60.6%). Mostly are spouses (60.6%) and live with the elderly
(90.9%). Informal caregivers of elderly dependents resort to coping strategies, where the best
result were achieved in the “Reframing” and the “Mobilization of Social Support” factor. With
increasing age and elderly dependance, informal caregivers rely more on the “Seeking Spiritual
Support” strategy. Younger caregivers, with higher social status and whom take care of more
elderly dependent, use many more coping strategies.
Conclusions:
The results point to the need to implement family-centered nursing
interventions, to help to mobilize coping strategies that optimize the role of caregiver and
eliminate or minimize the negative impact, due to this role, leading therefore to health gains in
this specific sample.