Atitude do Enfermeiro Relativamente à Sexualidade dos Adolescentes

Publication year: 2016

O presente trabalho teve como objetivo geral conhecer as atitudes que os enfermeiros a trabalhar em Cuidados de Saúde Primários têm relativamente à sexualidade dos adolescentes. Para tal, recorreu-se a uma entrevista semiestruturada a 49 enfermeiros a exercerem em 13 Centros de Saúde da Unidade Local de Saúde da Guarda, com uma idade mínima de 21 anos e uma máxima de 54 anos, correspondendo-lhe uma idade média de 43,54 anos (±8,33 anos). Quanto ao tempo de serviço, obteve-se um tempo de serviço médio de 20,49 anos (±6,512 anos). Grosso modo, o tempo de serviço corresponde ao tempo de serviço no atual Centro de Saúde. Os resultados revelaram que os enfermeiros apresentam uma atitude muito positiva em relação às questões de sexualidade dos adolescentes. A maioria referiu que os adolescentes não abordam por vontade própria as questões afetivas ou relacionais, o que, segundo alguns entrevistados, se poderá dever ao facto de este ser um assunto que, por norma, é partilhado com os pares e não com os profissionais de saúde, ou porque os seus relacionamentos são maioritariamente esporádicos e transitórios e não efetivos. Referiram também que há falta de maturidade em questões de sexualidade por parte dos adolescentes, independentemente do sexo. A esmagadora maioria dos enfermeiros referiu que são poucos os adolescentes que procuram o Centro de Saúde por questões de índole sexual e os que o fazem são motivados pela procura de métodos contracetivos e por gravidez indesejada. Sobressaiu que o grupo etário que mais procura os serviços de saúde por problemas de índole sexual é o de adolescentes maiores de 15 e menores de 18 anos, sobretudo do sexo feminino. A maioria dos enfermeiros considera que as crenças e os valores veiculados pela sociedade influenciam a liberdade sexual dos adolescentes, bem como as fontes de informação, sobretudo a internet, levando-os a procurar mais os enfermeiros por motivos de contraceção. São de opinião de que não deve haver um estereótipo de idade para o início da vida sexual, que esta deve ter início quando o adolescente se sentir preparado, não obstante a necessidade de experimentação própria da idade. Foram unânimes ao considerarem que a maior parte das vezes os adolescentes iniciam a sua vida sexual por uma questão de pressão social e porque outros já o fizeram com idades anteriores à sua. A esmagadora maioria dos enfermeiros sente-se confortável em abordar questões de natureza sexual com os adolescentes, alegando que esta abordagem requer uma adaptação das intervenções para satisfazer as necessidades de cada adolescente. A generalidade dos enfermeiros afirmou que a promoção da saúde sexual na adolescência contribui para o bem-estar global do adolescente no presente e no futuro.
This study aimed to know the attitudes that nurses working in primary health care have regarding adolescent sexuality. For this, we used a semistructured interview with 49 nurses to exercise in 13 Health Centers Health in the Local Health Unit of the Guarda, with a minimum age of 21 years and a maximum of 54 years, corresponding to an average age of 43.54 years (±8.33 years). As to the time, we obtained an average service time of 20.49 years (±6.512 years). Roughly speaking, the service time is the time of service in the current Health Centre. The results showed that nurses have a very positive attitude towards sexuality issues of adolescents. Most said that teenagers do not address by will own the affective and relational issues, which, according to some respondents, may be due to the fact that this is a subject that, as a rule, is shared with peers and not with the professionals health, or because their relationships are mostly sporadic and transient and ineffective. Also mentioned that there is a lack of maturity in sexuality issues by adolescents, regardless of gender. The overwhelming majority of nurses said that few teenagers seeking health center for sexual issues and those that do are motivated by the demand for contraception and unwanted pregnancy. It stood out that the age group that seeks health care for sexual problems is to teenagers over 15 and under 18, especially women. Most nurses believes that the beliefs and the values conveyed by society influence the sexual freedom of adolescents, as well as the sources of information, especially the internet, leading them to seek more nurses for contraceptive reasons. Are of the opinion that there should be an age stereotype to the onset of sexual life, this should begin when the adolescent feel prepared, despite the need to own the old trial. They were unanimous in considering that most of the time the teens start their sexual life as a matter of social pressure and because others have done with previous ages to yours. The overwhelming majority of nurses feel comfortable in addressing sexual issues with teenagers, claiming that this approach requires an adaptation of interventions to meet the needs of each adolescent. The majority of nurses said that promoting sexual health in adolescence contributes to the adolescent's overall well-being now and in the future