Relação Emocional dos pais com o recém-nascido e a vivência do parto
Publication year: 2013
A mãe representa um papel importante no desenvolvimento afetivo do recém-nascido
e consequentemente nas relações que a criança irá estabelecer ao longo da vida. No entanto, a
transição para a parentalidade é um período marcado por grande vulnerabilidade emocional
para ambos os progenitores, sendo a relação emocional que se estabelece entre pai e recémnascido também imprescindível no comportamento e desenvolvimento futuro do bebé. A
relação emocional entre pais e filho tem sido designada por bonding.
O termo bonding foi introduzido por Klaus e Kennell, para descrever a relação única,
específica e duradoura que se estabelece entre mãe e o recém-nascido, desde os primeiros
contactos a seguir ao parto e que designaram por vínculo-materno-infantil (Figueiredo, 2003,
2013; cit. Klaus e Kennell, 1976). A vinculação da mãe pode ser influenciada por dimensões
de carácter biológico, psicológico e sociocultural, que dizem respeito à gravidez, ao parto e ao
pós-parto imediato e referem-se à mãe, ao pai e ao recém-nascido.
O objetivo deste estudo descritivo-correlacional, transversal, de metodologia
quantitativa é identificar a relação emocional de ambos os pais com o filho recém-nascido,
compreender a relação das vivências do parto com o tipo de relação emocional dos pais com o
recém-nascido e comparar a relação emocional com o filho de cada um dos progenitores.
A amostra do estudo foi constituída por 160 mães e 160 pais cujo nascimento do seu
filho ocorreu no Serviço de Obstetrícia do Hospital Sousa Martins, Guarda e no Serviço de
Obstetrícia do Hospital Cova da Beira, escolhidos por conveniência. Os dados foram
recolhidos através da aplicação de um questionário, composto por caraterização
sociodemográfica, obstétrica e por uma escala de bonding (Figueiredo et al.; 2005, 2009,
2013), aplicada nas primeiras 48 horas após o nascimento do filho.
Não se verificou influência das caraterísticas sociodemográficas e caraterísticas
obstétricas no estabelecimento do bonding mãe/filho e pai/filho, no entanto constatou-se que o
bonding da mãe está em sintonia com o bonding do pai, ou seja, quando o bonding da mãe é
elevado também o bonding do pai é elevado e se o bonding da mãe é baixo também é o do pai.
Não sendo, nesta amostra, o bonding influenciado por variáveis sociodemográficas e
obstétricas, consideramos que os profissionais de saúde devem continuar a promover a
vinculação de ambos os pais ao filho, incentivando para que se envolvam e desfrutem de um
momento tão importante e único como é o parto e todas as vivências que lhe estão inerentes.
The mother plays an important role in the emotional development of the newborn and
consequently in the relationships that the child will establish lifelong. However, the transition
to parenthood is a period marked by great emotional vulnerability to both parents, being the
emotional relationship established between father and son, imperative in the behavior and
future development of the baby. The emotional relationship between parent and child has
been designated by bonding.
The term bonding was introduced by Klaus and Kennell, to describe the unique,
specific and lasting relationship established between mother and newborn, from the first
contact after the birth and designated as maternal-infant bond (Figueiredo, 2003 , 2013; cit.
Klaus and Kennell, 1976). The binding of the mother may be influenced by biological,
psychological and sociocultural dimensions, that relate to pregnancy, childbirth and the
immediate postpartum period and refer to the mother, father and newborn.
The purpose of this descriptive-correlational study, cross-sectional and of quantitative
methodology is to identify the emotional relationship of the parents with the newborn, to
understand the relationship of the experiences of childbirth with the kind of emotional
relationship of parents with the newborn and to compare the emotional relationship of each
parent with the child.
The study sample consisted of 160 mothers and 160 fathers whose childbirth occurred
in the Service of Obstetrics of the Hospital Sousa Martins, Guarda and in the Service of
Obstetrics of the Hospital Cova da Beira, chosen by convenience sampling process. Data were
collected using a questionnaire consisting of sociodemographic, obstetric characterization and
using a range of bonding (Figueiredo et al., 2005, 2009, 2013), applied in the first 48 hours
after the childbirth.
There was no influence of sociodemographic and obstetric characteristics in
establishing the bonding mother/son and father/son; however it was found that the bonding of
the mother is in line with the bonding of the father, when the mother bonding increases, the
father bonding also increases.
Not being in this sample, the bonding influenced by sociodemographic and obstetric
variables, health professionals should continue to promote the linking parent/child,
encouraging engaging and enjoying a moment as important and unique as childbirth and all
experiences that would arise.