A Pessoa Ostomizada: um estudo sobre qualidade de vida
Publication year: 2012
As pessoas ostomizadas vivenciam uma situação de stresse, decorrente do enorme
impacto físico e emocional que, quer a doença quer o seu tratamento, impõem na sua vida,
implicando alterações profundas no seu eu, nos estilos de vida, nas relações familiares e
sociais, na sua imagem corporal e na autoestima. Assim, o estudo deste grupo específico
torna-se uma exigência e mais concretamente, o estudo da sua qualidade de vida.
O principal objetivo deste trabalho consistiu em avaliar a perceção que a pessoa
ostomizada tem sobre a sua qualidade vida, bem como identificar e analisar os fatores
determinantes dessa qualidade de vida.
A presente investigação centrou-se nas 197 pessoas ostomizadas inscritas nos Centros
de Saúde da Unidade Local de Saúde da Guarda, recorrendo-se a uma amostra não
probabilística por conveniência, constituída por 51 pessoas ostomizadas.
Realizou-se um estudo de natureza quantitativa, descritivo, analítico e transversal.
Para a recolha dos dados foi utilizado um questionário elaborado especificamente para
o estudo, de forma a permitir um melhor conhecimento sobre a pessoa ostomizada e uma
escala traduzida e testada para a população portuguesa para avaliar a perceção da qualidade de
vida, o SF 36.
Como resultados principais, aponta-se que as pessoas ostomizadas percecionam
melhor qualidade de vida nas dimensões relativas ao desempenho emocional, saúde geral e
desempenho físico e pior qualidade de vida, ao nível da função física, dor corporal e função
social.
Foram identificados e analisados os fatores determinantes da qualidade de vida,
nomeadamente: as caraterísticas sociodemográficas (género, estado civil, situação
profissional, escolaridade), as características relativas à ostomia (tempo de cirurgia,
temporalidade do estoma, informação pré-operatória, tipo de admissão para a cirurgia,
patologia que levou à cirurgia, prestador de cuidados) e o apoio.
Os resultados desta investigação apontam para a necessidade de um estreito
acompanhamento de enfermagem à pessoa ostomizada e dos seus familiares/cuidadores, de
forma a minimizar o impacto negativo resultante da presença da ostomia.
Ostomy patients experience a situation of stress, due to the enormous physical and
emotional impact, which either the disease or its treatment, impose on their life, causing
changes to their self, in lifestyles, social and family relationships, as well as in their body
image and self-esteem. Thus, the study of this group becomes a demand and, more
specifically, the study of their quality of life.
The main objective of this study was to assess the perception that the ostomy patient
has on their quality of life as well as to identify and analyze the factors which determine this
quality of life.
This research focused on 197 people with ostomy enrolled in Health Centres Local
Health Unit of Guarda, making use of a non-probabilistic sample by convenience, consisting
of 51 people with ostomy. We conducted a quantitative, descriptive, analytical and transversal
study.
To collect the data we used a questionnaire developed specifically for the study, to
allow a better understanding of the ostomy patient and a translated and tested scale for the
Portuguese population to evaluate the perception of quality of life, the SF 36.
As main results, it was shown that people with ostomy perceive best quality of life in
dimensions related to emotional performance, general health and physical performance. In
contrast, they associate poor quality of life with the level of physical performance, body pain
and social function.
The identified and analyzed determinants of quality of life are, namely: sociodemographic characteristics (gender, marital status, employment status, education),
characteristics related to ostomy (surgical time, temporality stoma, preoperative information,
type admission for surgery, pathology that led to surgery, care provider) and support.
The results of this research emphasise the need for close monitoring of the ostomy
patient and their family / carers by a nurse, to minimize the negative impact of the presence of
ostomy.