Epidemiologia da morte materna e o desafio da qualificação da assistência na região de Ribeirão Preto/SP
Epidemiology of maternal death and the challenge of qualifying care in the Ribeirão Preto/SP region

Publication year: 2019

A mortalidade materna é um importante indicador de saúde que reflete as condições socioeconômicas e a qualidade de vida de um determinado local. Na maioria das vezes, essas mortes podem ser evitadas por meio de assistência pré-natal de qualidade, assistência hospitalar especializada e recursos humanos aptos às emergências obstétricas.

Objetivo:

descrever os óbitos maternos declarados ocorridos nos municípios da área de abrangência do Departamento Regional de Saúde de Ribeirão Preto, no período de 2011 a 2016, identificando os principais problemas da assistência prestada.

Método:

estudo descritivo, retrospectivo com abordagem quantitativa, com análise de dados secundários do Sistema de Informação de Mortalidade, referente aos óbitos maternos declarados.

Resultados:

a maioria dos óbitos maternos ocorreram em mulheres na faixa etária de 20 a 29 anos (63,9%), com média de idade de 28,1 anos, sendo a maioria solteira (50%), raça branca (66,7%), primíparas (41,7%), com ocupações diversas. O acesso ao pré-natal foi perceptível na captação precoce (72,2%) e no número de consultas durante o pré-natal. A morte materna de causa direta resultou em 77,8% dos óbitos e as principais causas de morte foram hipertensão, infecção e hemorragia. A rede de atenção à saúde da mulher no ciclo gravídico-puerperal possui boa cobertura de atenção básica, equivalente em cobertura de saúde suplementar e possui 20 maternidades em seu território, entre elas, duas com habilitação em gestação de alto risco.

Conclusão:

a morte materna continua sendo um desafio para a assistência obstétrica, e é fundamental que as boas práticas se tornem rotina. Instituições e profissionais precisam estar adequados e alinhados aos protocolos de atendimento, baseados em evidencias cientificas para um atendimento rápido e preciso. No íntimo de cada morte materna há uma tragédia familiar e um impacto social devastador
Maternal mortality is an important health indicator that reflects the socioeconomic conditions and quality of life of a given location. Most of the time, such deaths can be prevented through quality prenatal care, skilled hospital care, and skilled human resources for obstetric emergencies.

Objective:

To describe the maternal deaths reported in the municipalities in the coverage area of the Regional Health Department of Ribeirão Preto, from 2011 to 2016, identifying the main problems of care provided.

Method:

descriptive, retrospective study with quantitative approach, with analysis of secondary data of the Mortality Information System, referring to the reported maternal deaths.

Results:

the majority of maternal deaths occurred in women between the ages of 20 and 29 years (63.9%), with a mean age of 28.1 years, being the majority single (50%), Caucasian (66.7% %), primiparous (41.7%), with different occupations. Access to prenatal care was noticeable at precocious screening (72.2%) and in the number of prenatal consultations. Direct maternal death resulted in 77.8% of deaths and the main causes of death were hypertension, infection and hemorrhage. The women's health care network in the pregnancy-puerperal cycle has good coverage of basic care, equivalent in supplementary health coverage, and has 20 maternity hospitals in its territory, including two with high risk pregnancy.

Conclusion:

Maternal death continues to be a challenge for obstetric care, and it is essential that good practices become routine. Institutions and professionals need to be adequate and in line with the protocols of care, based on scientific evidence for fast and accurate care. At the heart of every maternal death there is a family tragedy and a devastating social impact