Publication year: 2020
Introdução:
A higiene das mãos, integrada ao uso adequado de luvas, representa atividade fundamental para a prevenção e o controle do risco de infecção. Apesar dos avanços, a adesão às boas práticas é um desafio, pois se trata de uma temática complexa, influenciada por fatores institucionais, culturais e pessoais. A autoeficácia, crença que o indivíduo tem sobre sua capacidade de realizar com sucesso determinada atividade, é um forte preditor do comportamento em saúde. No Brasil ainda não há evidências de instrumentos validados que envolvam os determinantes do comportamento para as práticas de higiene das mãos e uso de luvas concomitantemente. Objetivo:
Construir e validar um instrumento de mensuração da autoeficácia dos profissionais de saúde para a prática de higiene das mãos e uso de luvas. Método:
Estudo metodológico, que propôs construir e validar o instrumento Autoeficácia dos profissionais de saúde para higiene das mãos e uso de luvas (AEPS-HML). Após a construção do instrumento, iniciou-se o processo de validação por meio da validação de face e conteúdo (Comitê de Juízes), pré-teste e validação psicométrica. A avaliação das propriedades métricas foi realizada por meio da validade (de face e conteúdo e validades de construto dimensional, por grupos conhecidos e convergente) e da confiabilidade (teste-reteste e consistência interna). Adotou-se o nível de significância de 0,05. Resultados:
A versão 1 do instrumento AEPS-HML, contendo 28 itens, foi submetida à validação de face e conteúdo, sendo excluídos cinco itens. Na etapa de pré-teste, dez profissionais de enfermagem responderam a versão 2 do AEPS-HML. Na avaliação das propriedades métricas da versão 3 do AEPS-HML participaram 362 profissionais de enfermagem, atuantes em um hospital universitário, geral, de grande porte e público. A maioria dos participantes era do sexo feminino (293/80,9%), faixa etária predominante de 30 a 59 anos (319/88,1%) e idade média de 41,6 anos (DP=7,29). Quanto à caracterização profissional, 151 (41,7%) participantes tinham especialização e 203 (56,1%) atuavam como Técnico de Enfermagem. A validade de construto por grupos conhecidos foi confirmada pela comparação das médias de autoeficácia do AEPS-HML com as variáveis sexo e unidade de atuação. A validade de constructo convergente apresentou correlação fraca (r=0,228) entre os escores do instrumento AEPS-HML com a Escala de Autoeficácia Geral Percebida (EAGP). A confiabilidade da versão final (versão 4) do AEPS-HML foi adequada (α=0,77) e a reprodutibilidade teste-reteste confirmou a estabilidade temporal do instrumento. Conclusões:
Com este instrumento será possível mensurar a autoeficácia dos profissionais de saúde para o cuidado das mãos, com vistas a minimizar o risco de transmissão microbiana decorrente de práticas inadequadas de higiene das mãos e uso luvas. O instrumento mostrou-se válido e confiável para avaliar o que se propõe e poderá ser utilizado como ferramenta no planejamento de ações de prevenção e controle das infecções relacionadas à assistência à saúde
Introduction:
Hand hygiene, integrated with the proper use of gloves, represents a fundamental activity for the prevention and control of the risk of infection. Despite the advances, adherence to good practices is a challenge, as it is a complex issue, influenced by institutional, cultural and personal factors. Self-efficacy, a belief that an individual has about his or her ability to successfully perform a given activity, is a strong predictor of health behavior. In Brazil, there is still no evidence of validated instruments that involve the determinants of behavior for hand hygiene practices and the use of gloves concomitantly. Objective:
To build and validate an instrument for measuring the self-efficacy of health professionals for the practice of hand hygiene and the use of gloves. Method:
Methodological study, which proposed to build and validate the Self-efficacy instrument of health professionals for hand hygiene and the use of gloves (AEPS-HML). After the construction of the instrument, the validation process started through face and content validation (Committee of Judges), pre-test and psychometric validation. The evaluation of the metric properties was carried out through validity (face and content and dimensional construct validities, by known and convergent groups) and reliability (test-retest and internal consistency). The significance level of 0.05 was adopted. Results:
Version 1 of the AEPS-HML instrument, containing 28 items, was submitted to face and content validation, with five items being excluded. In the pre-test stage, ten nursing professionals responded to version 2 of the AEPS-HML. In the evaluation of the metric properties of version 3 of the AEPS-HML, 362 nursing professionals participated, working in a university hospital, general, large and public. Most participants were female (293 / 80.9%), with a predominant age range of 30 to 59 years (319 / 88.1%) and mean age of 41.6 years (SD = 7.29). As for professional characterization, 151 (41.7%) participants had specialization and 203 (56.1%) worked as a Nursing Technician. The construct validity by known groups was confirmed by comparing the AEPS-HML self-efficacy averages with the variables sex and unit of action variables. The convergent construct validity showed a weak correlation (r = 0.228) between the scores of the AEPS-HML instrument and the Perceived General Self-Efficacy Scale (EAGP). The reliability of the final version (version 4) of the AEPS-HML was adequate (α = 0.77) and the test-retest reproducibility confirmed the instrument's temporal stability. Conclusions:
With this instrument, it will be possible to measure the self-efficacy of health professionals for hand care, with a view to minimizing the risk of microbial transmission due to inadequate hand hygiene practices and the use of gloves. The instrument proved to be valid and reliable to evaluate what is proposed and can be used as a tool in the planning of actions for the prevention and control of infections related to health care