Performance alimentar do recém-nascido pré-termo: Da alimentação por sonda até à autonomia
Publication year: 2021
A sobrevivência dos recém-nascidos que nascem prematuramente tem aumentado a nível mundial. Contudo, os que nascem antes das 34 semanas de gestação têm dificuldade em alimentar-se oralmente devido à incapacidade que apresentam em coordenar a sucção, a deglutição e a respiração. Atualmente, a introdução da alimentação oral nestes recém-nascidos parece estar ainda dependente da perceção de cada enfermeiro, havendo poucos protocolos que apoiem a transição para a alimentação oral. A incapacidade dos recém-nascidos para a alimentação oral é responsável pelo prolongamento do internamento na unidade de cuidados intensivos neonatais. Realizou-se um estudo quantitativo, retrospetivo, descritivo e correlacional com o objetivo de analisar a evolução e a performance alimentar do recém-nascido pré-termo, na transição da alimentação por sonda para a alimentação oral, até à autonomia alimentar. Analisados 68 registos de enfermagem de recém-nascidos pré-termo, correspondentes ao período entre janeiro de 2017 e março de 2019. Os recém-nascidos iniciaram a alimentação entre as 33 e 35 semanas, mediana de 34 semanas e dois dias. Alcançaram a autonomia alimentar às 35 semanas e seis dias, valor de mediana, demorando em média 11,84 dias a atingi-la. O peso à nascença (p=0,009) e no início da alimentação oral (p=0,0001) associou-se à idade na autonomia alimentar; o tempo decorrido entre o início da alimentação oral até à autonomia alimentar associou-se com o peso à nascença (p=0,0001) e com a idade no início da alimentação oral (p=0,001). As estratégias realizadas pelos enfermeiros para estimular os reflexos alimentares dos recém-nascidos sucção não-nutritiva, método canguru, colocação à mama e estimulação com leite, não se associaram com a idade dos recém-nascidos na autonomia alimentar. O processo de aquisição de autonomia alimentar do recém-nascido pré-termo é complexo, sofrendo progressos e recuos. Vários fatores influenciam esta transição, como a idade gestacional e o peso ao nascimento, assim como a estimulação do recém-nascido.
The survival of newborns who are born prematurely has increased worldwide. However,
those born before 34 weeks of gestation have difficulty feeding orally due to their inability
to coordinate sucking, swallowing and breathing. Currently, the introduction of oral feeding
in these newborns seems to be still dependent on the perception of each nurse, with few
protocols that support the transition to oral feeding. The inability of newborns to oral
feeding is responsible for prolonging hospitalization in the neonatal intensive care unit.
A quantitative, retrospective, descriptive and correlational study was carried out with the
objective of analyzing the evolution and feeding performance of the preterm newborn, in
the transition from tube feeding to oral feeding, up to food autonomy. Sixty-eight nursing
records of preterm newborns were analyzed, corresponding to the period between January
2017 and March 2019.
Newborns started feeding between 33 and 35 weeks, with a median of 34 weeks and two
days. They reached food autonomy at 35 weeks and six days, median value, taking an
average of 11.84 days to reach it. Weight at birth (p=0.009) and at the beginning of oral
feeding (p=0.0001) was associated with age in food autonomy; the time elapsed between
the beginning of oral feeding until food autonomy was associated with birth weight
(p=0.0001) and age at the beginning of oral feeding (p=0.001).
The strategies performed by nurses to stimulate the newborns dietary reflexes nonnutritive sucking, kangaroo method, breast placement and stimulation with milk, were not
associated with the age of the newborns in food autonomy.
The process of acquiring food autonomy for the preterm newborn is complex, suffering
progress and setbacks. Several factors influence this transition, such as gestational age and
birth weight, as well as the stimulation of the newborn.