Saúde mental e atividade física em contexto prisional: Uma revisão da literatura

Publication year: 2021

Introdução:

A atividade física pode contribuir para a promoção da saúde mental, reduzindo a incidência de transtornos de ansiedade e síndromes depressivos. Estes fatores de risco são mais frequentes em indivíduos reclusos, o que sugere a necessidade de explorar a utilidade da atividade física como promotor da saúde mental destas pessoas.

Objetivo:

O presente estudo teve como objetivo efetuar uma revisão da literatura, com recurso a uma scoping review, centrada na promoção da saúde mental através da atividade física em contexto prisional.

Métodos:

De acordo com as recomendações presentes na literatura, realizou-se uma scoping review. O primeiro passo da revisão envolveu definir os objetivos e questões de investigação que orientavam o processo de revisão (março 2020). O segundo passo envolveu uma articulação entre os objetivos/questões de investigação e os critérios de inclusão (março 2020). O terceiro e quarto passos sistematizam o plano de pesquisa (abril e maio de 2020). O quinto passo implicou a identificação e seleção dos documentos a incluir na revisão (junho 2020). O sexto e sétimo passos envolveram a análise dos documentos e construção do flow chart (julho 2020). O oitavo e nono passos referem-se, respetivamente, à elaboração de um relatório em que se descreveu os resultados da revisão em função dos objetivos/questões de investigação levantados, bem como à discussão do processo de revisão na área da saúde mental, atividade física e população reclusa (julho e agosto de 2020).

Resultados e Discussão:

Foram incluídos na presente scoping review 13 estudos. Estes estudos apontam para a necessidade de desenvolver um maior número de investigações centradas nos desafios e estratégias associados a intervenções que visem a promoção da saúde mental através da atividade física em contexto prisional. Verifica-se também uma ausência de estudos realizados no sistema prisional Português.

Conclusões:

Sugere-se a necessidade de desenvolver um conjunto mais alargado de evidências acerca da utilização da atividade física como meio promotor da saúde mental em contexto prisional ao longo de diversos contextos sócio-culturais.

Introduction:

Physical activity can contribute to the promotion of mental health, reducing the incidence of anxiety disorders and depressive syndromes. These risk factors are more frequent in prisoners, which suggests the need to explore the usefulness of physical activity as a context for promoting mental health in these individuals.

Objectives:

The present study aimed to carry out a literature review, using a scoping review, focused on promoting mental health through physical activity in a prison context.

Methods:

According to the recommendations in the literature, a scoping review was carried out. The first step of the review involved defining the research objectives and issues that guided the review process (march 2020). The second step involved an articulation between the research objectives / issues and the inclusion criteria (march 2020). The third and fourth steps systematize the research plan (april and may 2020). The fifth step involved the identification and selection of documents to be included in the review (june 2020). The sixth and seventh steps involved analyzing the documents and building the flow chart (july 2020). The eighth and ninth steps refer, respectively, to the preparation of a report in which the results of the review were described according to the research objectives / issues raised, as well as the discussion of the review process with other researchers in the field of mental health, physical activity and prison population (july and august 2020).

Results and Discussion:

13 studies were included in this scoping review. These studies point to the need to develop a greater number of investigations focused on the challenges and strategies associated with interventions aimed at promoting mental health through physical activity in prison. There is also a scarcity of studies carried out in the Portuguese prison system.

Conclusions:

It is suggested that there is a need to develop a broader set of evidence about the use of physical activity as a means of promoting mental health in a prison context across diverse socio-cultural contexts