Cancro da mama e amamentação: o cuidar do enfermeiro obstetra
Publication year: 2020
O número de mulheres com cancro da mama em idade reprodutiva tem vindo
a aumentar e, muitas destas mulheres, no final dos tratamentos, pretendem
engravidar. Deste modo, é necessário perceber como esta patologia e os tratamentos
interferem na amamentação e quais os fatores que vão influenciar a tomada de
decisão de o fazer.
Para responder à questão:
“Quais as necessidades das mulheres sobreviventes de cancro de mama no processo de amamentação?” foi utilizada a metodologia scoping review recorrendo à plataforma EBSCOHost. Identificaram-se 7 artigos, aos quais se acrescentaram 4 da literatura não publicada. Considerando a pouca evidência científica existente, realizaram-se 5 entrevistas a mulheres sobreviventes de cancro da mama, de forma a relacionar a evidência científica com a experiência vivenciada, bem como os fatores influenciadores na tomada de decisão de amamentar. O referencial teórico de Enfermagem utilizado foi a Teoria das Transições de Afaf Meleis, no sentido entender o processo de transição que estas mulheres enfrentam. Concluiu-se que as necessidades das mulheres sobreviventes de cancro da mama e os fatores relacionados com a tomada de decisão de amamentar são semelhantes aos de qualquer mulher sem patologia e baseiam-se na opção pessoal e na opinião do profissional de saúde. É possível amamentar após cancro da mama, salvo algumas restrições, dependentes do tipo de tratamento. Identificou-se a necessidade urgente de (in)formar os profissionais de saúde acerca da viabilidade da amamentação nesta população, com o intuito de melhorar as intervenções na promoção e continuidade da amamentação.
The number of women diagnosed with breast cancer in reproductive age has
been increasing and, many of those women, at the end of their oncological treatments,
pretend to get pregnant. Therefore, it is essential to understand how this pathology
and associated treatments compromise breastfeeding and which factors influence
decision-making.