Perdas vacinais nas unidades básicas de saúde da região oeste do município de São Paulo
Vaccine losses at the basic health units of Sao Paulo's Western Area

Publication year: 2017

Introdução:

As ações de imunização merecem destaque mundial pelo grande impacto do uso de vacinas na prevenção das doenças imunopreveníveis. A necessidade de um diagnóstico da prevalência de perdas vacinais constitui uma etapa fundamental para o gerenciamento de vacinas no município, permitindo organizar adequadamente o sistema, evitando assim desperdícios dos recursos públicos.

Objetivo:

Diagnosticar e caracterizar as perdas vacinais das Unidades Básicas de Saúde da Região Oeste do município de São Paulo.

Método:

Trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo, quanti-qualitativo, no qual foi utilizado como abordagem metodológica o estudo de caso. A partir dos registros de movimentação de imunobiológicos e relatórios de doses aplicadas do ano de 2015, foi calculada a taxa total das perdas, prevalência das perdas técnicas, prevalência de perdas físicas e os motivos das perdas físicas, prevalência das perdas não categorizadas e a razão das doses aplicadas por doses utilizadas. Foram realizadas entrevistas com os funcionários das salas de vacina, das UBSs da Região Oeste do município de São Paulo.

Resultados:

A taxa total de perdas foi de 71,3 %, a prevalência de perda técnica 18,6% e a prevalência de perda física 28,4 %. Dentre os motivos das perdas físicas, obteve-se destaque para a falta de energia elétrica, representando 18,4 % das mesmas; as perdas não categorizadas totalizaram 24,2 %. Quanto à razão de doses aplicadas, por doses utilizadas, a vacina que apresentou o maior percentual de perdas foi a vacina BCG, visto que para cada dose aplicada foram perdidas 4,86 doses. Nas entrevistas realizadas com os profissionais que trabalham nas salas de vacina, observou-se que 60% deles acreditavam que a maior causa de perda vacinal em sua unidade se devia à perda técnica. Já 36,67 % referiram que a maior causa de perda se deveu às perdas físicas, causada por falta de energia elétrica. Os profissionais apontaram sugestões para minimizar as perdas vacinais; 50 % dos entrevistados relataram que a presença de vacinas unidoses amenizaria as perdas, 46,67 % dos profissionais sugeriram a existência de gerador elétrico e 16,67 % sugeriram o agendamento de vacinas com maior percentual de perda técnica.

Conclusão:

Os resultados demonstraram que a taxa total de perdas vacinais na Região Oeste do município de São Paulo foi de 71,3 % e na avaliação da prevalência de perdas, obteve-se uma maior prevalência de perdas físicas. Já na opinião dos profissionais entrevistados, a maior causa de perdas deveu-se às perdas técnicas. O presente trabalho propiciou a realização de uma cartilha educativa, que propõe ações que visem diminuir as perdas vacinais nas UBSs da Região Oeste do município de São Paulo. Essa cartilha será apresentada aos órgãos da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, a saber: Coordenadoria de Saúde da Região Oeste (SUVIS Oeste) e Gerência de Imunização (COVISA).

Introduction:

Immunization actions deserve worldwide focus due to the great impact of the use of vaccines in the foresight of immune preventable diseases. The need of prevalence of vaccine losses diagnosis constitutes a fundamental step for the vaccines management in the city, allowing the system adequate organization, therefore avoiding public resources waste.

Objective:

To diagnose and feature the vaccine losses at the basic health units of Sao Paulo's Western Area.

Method:

This is a descriptive, retrospective, quantitative-qualitative study, where the case study was used as a methodological approach. The total loss rate, the technical losses prevalence, the physical losses prevalence and the physical losses reasons proportion, the unclassified losses prevalence and the dose ratio applied by the doses used were calculated from the immune-biological records movement and dose reports for the year 2015. Interviews were carried out with the employees of the basic health units' vaccine rooms of Sao Paulo's Western Area.

Results:

The total losses prevalence was of 71.3%, the technical loss prevalence was of 18.6%, the physical loss prevalence was of 28.4%. Of the reasons for physical loss, the lack of electricity represents 18.4%. Non-categorized losses totaled 24.2%. Regarding the dose ratio applied by doses used, the vaccine that presented the highest percentage was the BCG vaccine, for each applied dose there is a loss of 4.86 doses; regarding Yellow Fever vaccine, for each applied dose, 1.63 doses are lost; as for the Triple Viral vaccine, for each applied dose, 1.31 doses are lost. From the interviews with vaccine rooms employees, it was observed that 60% of them believe that vaccine loss greatest reason in their unit is due to technical loss, and 36.67% reported that the greatest cause of loss, it is due to physical loss caused by lack of electricity. The employees gave suggestions to minimize vaccine losses; 50% of the interviewees reported that the presence of unit dose vaccines would reduce losses, 46.67% of the employees suggested the need of an electric generator, and 16.67% suggested scheduling vaccines which have a higher percentage of technical loss.

Conclusion:

The results showed that the vaccine losses total rate in São Paulo's Western Area was of 71.3%, and that in the losses prevalence evaluation, a higher prevalence of physical losses was obtained, as for the opinion of employees interviewed, the greatest cause of loss is due to technical losses. Vaccine losses monitoring is important in order to find new alternatives for the production and distribution of immune-biological agents in order to reduce losses without missing the opportunity to vaccinate. The present work led to the realization of an educational booklet, which will propose actions aimed at reducing vaccine losse at the Health Basic Units of Sao Paulo's West Region. This booklet will be presented to Sao Paulo's City Health Department agencies, namely: Western Region Health Coordination (SUVIS Oeste) and Immunization Management (COVISA).