Publication year: 2018
Introdução:
Estudos prévios analisaram a associação entre fatores de risco cardiovascular (FRCV) associados ao diagnóstico de demência vascular (DV) provável ou possível. No entanto, não foram encontrados estudos que analisassem a associação entre FRCV e a ocorrência de DV definitiva. Dessa maneira, ainda permanece obscura a associação entre os FRCV e a ocorrência de DV definitiva, ou seja, aquela diagnosticada por meio do exame neuropatológico, no qual se apresenta como padrão ouro. Objetivo:
Avaliar a associação entre os FRCV e a ocorrência de DV definitiva, pura e mista. Método:
Por meio de um estudo transversal foram analisados 707 casos pertencentes à casuística do Banco de Encéfalos Humanos do Grupo de Estudos em Envelhecimento (BEHGEEC) da FMUSP, que respeitaram os critérios de inclusão. A existência de fatores de risco cardiovascular em vida (Hipertensão Arterial, Diabetes Mellitus, Dislipidemia, Tabagismo, Etilismo, Obesidade e Sedentarismo), reportada por um informante com convivido minimamente semanal durante a autópsia, foi associada ao diagnóstico neuropatológico de demência vascular emitido por um neuropatologista. Modelos de regressão logística (sem e com ajuste para sexo, idade e raça) foram construídos para testar a associação entre os FRCV e o diagnóstico de DV, DV pura e DV mista. Foi testada a capacidade preditiva dos fatores que se mostraram preditores de DV por meio da Curva ROC. Resultados:
O sedentarismo foi um preditor independente de DV (OR 1,943; IC95% 1,198 3,151; p= 0,007) e DV pura (OR 3,148; IC95% 1,428 6,941;p= 0,004). A HAS foi um preditor independente de DV mista (OR 2,240; IC95% 1,216 4,126; p= 0.01). O sedentarismo não apresentou boa capacidade preditiva para a DV e DV Pura (AUC = 0,380 e 0,337, respectivamente), assim como a HAS para a DV Mista (AUC = 0,459). Conclusões:
Dentre os FRCV o sedentarismo e a HAS foram os que se associaram a um aumento no risco de DV.
Introduction:
Previous studies have analyzed the association between cardiovascular risk factors (CVRF) associated with the diagnosis (probable or possible) of vascular dementia (VaD). However, there are no studies that have analyzed the association between CVRF and the occurrence of definitive VaD. The association between CVRF and the occurrence of definite VaD, neuropathologically defined and considered as gold-standard, remains obscure. Objectives:
To evaluate the association between CVRF and the occurrence of definitive VaD, pure and mixed. Methods:
This is a cross-sectional study which evaluated 707 cases belonging to the Bain Bank of the Brazilian Aging Brain Study Group (BBBABSG) of FMUSP, respecting the inclusion criteria. The history of existence of cardiovascular risk factors in life (hypertension, diabetes mellitus, dyslipidemia, smoking, alcoholism, obesity, and sedentarism) reported by a knowledgeable next-of-kin, with at least weekly contact with the deceased, was associated with the neuropathological diagnosis of vascular dementia reported by a neuropathologist after the autopsy exam. Logistic regression models (with and without adjustment for sex, age and race) were tested to show the association between CVRF and the diagnosis of VaD, pure Vad and mixed VaD. It was also tested the predictive capacity of the factors that proved to be predictors of VaD through the ROC Curve. Results:
Sedentary lifestyle was an independent predictor of VaD (OR 1,943, CI 95% 1,198 - 3,151, p = 0.007) and of Pure VaD (OR 3,148, 95% CI, 1.428 - 6.941, p = 0.004). Hypertension was an independent predictor of Mixed VaD (OR 2,240, 95% CI 1,216 - 4,126, p = 0.01). Sedentary lifestyle did not present good predictive capacity for VaD and Pure VaD (AUC = 0.380 and 0.337, respectively), as Hypertension for Mixed DV did not either (AUC = 0.459). Conclusions:
Among the CVRF, sedentarism and hypertension were those associated with an increase VaD risk.