Capacitação do cuidador informal da pessoa dependente no domicílio, no autocuidado transferir-se
Publication year: 2022
O avanço dos conhecimentos na área da saúde ao longo dos tempos contribuiu para o aumento da esperança média de vida, segundo Ribeiro (2013), o aumento da população idosa, acompanhado do desenvolvimento e agravamento de doenças crónicas, apresentam- se como determinantes para o aumento do número de pessoas com elevado grau de dependência e, portanto, dependentes de terceiros no seu contexto familiar e meio habitual de vida. A inevitável associação destes dois fatores, implica a crescente necessidade de cuidados deste tipo de população, o que consequentemente potencia a necessidade da existência de cuidadores informais, cujo papel na maioria das situações é assumido pelo familiar cuidador (MARTINS et al, 2014). Neste sentido surgiu a necessidade de investimento na área dos cuidados no domicílio, uma vez que o seu objetivo consiste em proporcionar a mais elevada qualidade de vida possível ao doente/família/cuidador informal, nada se afigura mais importante que a capacitação do C.I. em aspetos tão simples como o autocuidado, mas ao mesmo tempo tão exigentes fisicamente como o autocuidado transferir-se, a prevenção das complicações inerentes á imobilidade da pessoa dependente, bem como a prevenção das lesões músculo- esqueléticas do cuidador, sendo cruciais para um cuidado de boa qualidade. Neste sentido, e inserido no desenvolvimento do estágio de Natureza Profissional, surgiu a presente pesquisa que se tratou de um estudo sobre a capacitação do Cuidador informal da pessoa dependente no domicílio no autocuidado transferir-se, cujo objetivo geral é Capacitar o Cuidador Informal para cuidar da pessoa dependente no âmbito do autocuidado transferir-se.
E como objetivos específicos foram definidos os seguintes:
• Identificar que conhecimentos os cuidadores informais de pessoas dependentes no domicílio possuem sobre complicações da imobilidade; • Conhecer quais as dificuldades dos cuidadores informais no que concerne aos posicionamentos /mobilizações; • Identificar as fragilidades e as necessidades de formação dos cuidadores informais; • Realização de ações de formação, no domicílio, formais e informais de acordo com as fragilidades formativas dos cuidadores informais;Compreender as razões que levam os cuidadores informais á não adesão dos levantes dos seus dependentes. Os métodos utilizados para a recolha de dados foram, a observação direta em campo de estágio, realização de entrevista aos cuidadores de pessoas dependentes no domicílio. Este trabalho teve como finalidade contribuir para a prevenção das complicações inerentes à imobilidades das pessoas dependentes e contribuir para a prevenção das lesões músculo-esqueléticas do cuidador de pessoas dependentes. Com este presente estudo, foi possível mostrar que a maioria dos C.I.´s, são mulheres, filhas dos dependentes e a vivenciar uma situação de desemprego. Não tiveram formação para a realização desta tarefa de cuidar e muitas desenvolveram esta capacidade vendo fazer a outros, ou empiricamente. A maioria das cuidadoras não se sentem capazes de mobilizar o seu dependente sozinhas e por isso mesmo adotam posições viciosas para o fazer, desenvolvendo LME. O método utilizado nesta pesquisa foi a investigação-ação na qual o investigador foi corrigindo/agindo sobre o C.I. durante a sua pesquisa capacitando o C.I. no autocuidado transferir-se. Tratou-se de uma investigação qualitativa, na qual o investigador após reunir os dados sobre a realidade dos C.I.´s e identificado necessidades dos mesmos, desenvolveu uma ação de formação de modo a capacitar o Cuidador Informal, deixando material de apoio como manual do Cuidador, panfletos e material multimédia (vídeo) material de apoio técnico, para esse efeito. Por fim , constatou-se que pelas lacunas existentes ao nível desta problemática, faz todo o sentido, a criação de programas de intervenção de suporte à prevenção das complicações da imobilidade, o desenvolvimento de estudos que gerem modelos de intervenção e que visem promover o autocuidado transferir-se e a capacitação do C.I., bem como o apoio e remuneração dos C.I.´s, pois estes vêm esta sua tarefa como uma imposição social, castrando todo o seu desenvolvimento financeiro e social, tornado pesaroso o cuidar dos seus dependentes.
The advancement of knowledge in the area of health over time has contributed to the increase in average life expectancy, according to Ribeiro (2013), the increase in the elderly population, accompanied by the development and worsening of chronic diseases, present themselves as determinants for the increase in the number of people with a high degree of dependence and, therefore, dependent on third parties in their family context and usual way of life. The inevitable association of these two factors implies the growing need for care in this type of population, which consequently enhances the need for informal caregivers, whose role in most situations is assumed by the family caregiver (MARTINS et al, 2014). In this sense, the need for investment in the area of home care arose, since its objective is to provide the highest possible quality of life to the patient/family/informal caregiver, nothing seems more important than the training of the C.I. in aspects as simple as self-care, but at the same time as physically demanding as self-care transferring oneself, the prevention of complications inherent to the immobility of the dependent person, as well as the prevention of musculoskeletal injuries of the caregiver, being crucial for a care of good quality. In this sense, and inserted in the development of the Professional Nature stage, the present research emerged, which was a study on the training of the informal caregiver of the dependent person at home in the self-care transference, whose general objective is to train the Informal Caregiver to care of the dependent person within the scope of self-care to transfer. And as specific objectives, the following were defined: • Identify what knowledge informal caregivers of dependent people at home have about immobility complications; • Knowing the difficulties of informal caregivers regarding placements/mobilizations; • Identify weaknesses and training needs of informal caregivers; • Carrying out formal and informal training actions at home, according to the training weaknesses of informal caregivers; • Understand the reasons that lead informal caregivers to non-adherence to the uprisings of their dependents. The methods used for data collection were direct observation in the internship field, interviews with caregivers of dependent people at home. This study aimed to contribute to the prevention of complications inherent to the immobility of dependent people and to contribute to the prevention of musculoskeletal injuries in caregivers of dependent people. With this present study, it was possible to show that most C.I.'s are women, daughters of dependents and experiencing a situation of unemployment. They were not trained to perform this task of caring and many developed this ability by watching others do it, or empirically. Most caregivers do not feel capable of mobilizing their dependent on their own and therefore adopt vicious positions to do so, developing SCI. The method used in this research was the action investigation in which the researcher corrected/acted on the C.I. during its research enabling the C.I. in self-care transfer. It was a qualitative investigation, in which the researcher, after gathering data on the reality of the C.I.'s and identifying their needs, developed a training action in order to train the Informal Caregiver, leaving support material such as the Caregiver's manual, pamphlets and multimedia material (video) technical support material for this purpose. Finally, it was found that due to the existing gaps in terms of this problem, it makes perfect sense to create intervention programs to support the prevention of immobility complications, the development of studies that generate intervention models and that aim to promote self-care transfer and the training of the C.I., as well as the support and remuneration of the C.I.'s, as they see their task as a social imposition, castrating all their financial and social development, making caring for their dependents regretful.