Publication year: 2020
Introdução:
Estudo sobre as competências colaborativas e sua contribuição para o trabalho em equipe e a prática interprofissional colaborativa no cenário dos serviços de Atenção Primária à Saúde do Sistema Único de Saúde. Objetivos:
Analisar as concepções dos profissionais de equipes de Estratégia Saúde da Família com Saúde Bucal sobre as duas competências colaborativas centrais: comunicação interprofissional e atenção centrada no paciente, e as ações descritas como colaborativas. Método:
Estudo de abordagem qualitativa descritivo exploratório do tipo estudo de caso. Utilizou banco de dados secundários no qual constam as 34 entrevistas realizadas com profissionais das equipes de Estratégia Saúde da Família com Saúde Bucal de três unidades de saúde localizadas em dois municípios, sendo um na região Sul e outro na região Sudeste. A análise do material coletado, foi realizada com base na técnica de análise de conteúdo temática, por meio do software de análise qualitativa Web Qualitative Data Analysis. Resultados:
As concepções dos profissionais das equipes sobre a competência comunicação interprofissional constituíram três categorias: comunicação com foco no atendimento das necessidades de saúde do usuário; reconhecimento da reunião de equipe como espaço que potencializa a comunicação e a colaboração interprofissional; e instabilidade das equipes como barreira para comunicação e colaboração na equipe. As concepções sobre a competência colaborativa atenção centrada no usuário convergiram nas categorias:
grupos de prevenção e promoção à saúde como espaço de participação dos usuários; Conselho Gestor Local como espaço de participação social; vínculo entre profissional e usuário como facilitador do cuidado; e tensão no entendimento do compartilhamento de responsabilidades do cuidado entre profissional e usuário ou transferido dos usuários para os profissionais. Quanto as ações consideradas colaborativas, somente os grupos de prevenção e promoção à saúde foram apontados como ações realizadas em colaboração entre profissionais de diferentes áreas da mesma equipe ou de diferentes equipes da unidade de saúde. Conclusões:
Os resultados do estudo mostram que os profissionais das equipes têm concepções sobre a prática colaborativa interprofissional e as competências centrais: comunicação interprofissional e atenção centrada no usuário, em construção, com tensões e com limitações, visto o destaque restrito às atividades em grupo. São necessários estudos futuros para aprofundar o conhecimento e a construção das duas competências colaborativas, tanto na formação dos profissionais de saúde como na constituição e consolidação do trabalho em equipes na Estratégia Saúde da Família com Saúde Bucal.
Introduction:
Study on collaborative competences and their contribution to teamwork and collaborative interprofessional practice in Primary Health Care services of the Unified Health System. Objectives:
To analyze the concepts present in professionals from Family Health Strategy teams with Oral Health regarding the two central collaborative competencies: interprofessional communication and patient-centered care, as well as the actions described as collaborative. Method:
Case study using a qualitative descriptive exploratory approach. It uses a secondary database containing 34 interviews with professionals from the Family Health Strategy with Oral Health teams from three health units located in two municipalities, one in the South and another in the Southeast regions. The analysis of the collected material was carried out based on the technique of thematic content analysis, also using the qualitative analysis software Web Qualitative Data Analysis. Results:
The team members' conceptions of interprofessional communication competence resulted in three categories: communication focused on how to meet users health needs; acknowledging team meetings as spaces that enhance inter-professional communication and collaboration; and teams instability as barrier to communication and collaboration in teams. Conceptions about the collaborative competence of user- centered attention converged in the categories: prevention and health promotion groups as a space for users to participate; Local Management Council as a space for social participation; the link between practitioners and users as a facilitator of care; and tension in the understanding of the sharing of care responsibilities between practitioners and users or transferred from users to practitioners. As for the actions considered as collaborative, the prevention and health promotion groups were the sole actions identified as carried out in collaboration between professionals from different areas of the same team or from different teams in the health unit. Conclusions:
The results of the study show that the professionals of the teams have conceptions about the interprofessional collaborative practice and the central competences: interprofessional communication and user-centered care, as a work in progress with tensions and limitations, given the emphasis restricted to group activities. Future studies are needed to deepen the knowledge and implementation of the above- mentioned two collaborative competencies, both in the training of health professionals and in the constitution and consolidation of teamwork in the Family Health Strategy with Oral Health.