Publication year: 2021
Introdução:
A Sistematização da Assistência de Enfermagem é a ferramenta que organiza e sistematiza a gestão do cuidado, propiciando uma assistência de melhor qualidade. Não se encontrava na prática, registro eficiente e completo da sistematização nas unidades de saúde pesquisadas. Objetivo:
analisar elementos facilitadores e dificultadores na realização da Sistematização da Assistência de Enfermagem, a partir da percepção dos enfermeiros das Unidades de Estratégia Saúde da FamÃlia da região Oeste do MunicÃpio de São Paulo. Método:
Realizou-se estudo exploratório quantitativo com a aplicação de instrumento estruturado com escala Likert, preenchido pelos próprios enfermeiros das Unidades Básicas de Saúde da Coordenadoria Regional Oeste da cidade de São Paulo, no perÃodo de fevereiro a março de 2019. Foram distribuÃdos envelopes fechados constando o questionário e o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, recolhidos após três semanas. Os dados foram analisados de forma descritiva por meio de frequência e percentual. Resultados:
Participaram 70 enfermeiros com idade média de 35,9 anos, tempo médio de atuação 10,7 anos e 8,8 anos na APS. A maioria (88,8%) sabe o que é SAE, mas tem dificuldade de entender a SAE e o PE. Não houve concordância entre os respondentes de que a formação acadêmica ensina de forma satisfatória sobre SAE/PE e, cerca de 70% acreditam que a formação acadêmica não prepara para sua realização no contexto da APS. Por outro lado, quase a totalidade acredita que SAE/PE trazem benefÃcios para o usuário e para a equipe. Apesar disso, se observou uma grande concordância (70%) na existência de dificuldades para a implantação destas metodologias, sendo excesso de pacientes, interrupções da equipe no momento da consulta e falta de estrutura adequada pela instituição, parte destas intempéries. Se observou grande concordância entre os enfermeiros sobre o que pode facilitar a implementação da SAE e do PE em sua unidade de trabalho, com mais de 90% concordando para a oferta de capacitação de equipe, envolvimento do enfermeiro em seu trabalho, ter conhecimento da metodologia e presença de uma linguagem padronizada. No entanto, ao analisar as respostas frente a percepção individual da situação na sua unidade de trabalho, não houve consenso sobre utilização da SAE nas ações de enfermagem, registro do PE no prontuário, mesmo com um percentual acima de 60% concordando com o apoio institucional para sua realização. Conclusão:
Sistematização da Assistência de Enfermagem é pouco conhecida e valorizada como instrumento no processo de trabalho da Enfermagem, devido ao seu caráter hospitalocêntrico, dificultando a sua adoção pela Atenção Primária à Saúde, e à pouca valorização do seu ensino durante a formação dos profissionais. Os resultados dos dados confirmaram esta percepção, levando à proposta de uma maior capacitação dos enfermeiros quanto à SAE e, posteriormente, a toda a equipe de enfermagem.
Introduction:
Nursing Care Systematization is the tool that organizes and systematizes care management, providing better quality care. In effect, there was no efficient and complete record of systematization in the health units surveyed. Objective:
to analyze elements that facilitate and hinder the realization of Nursing Care Systematization (SAE), based on the perception of nurses from the Family Health Units in the Western region of the city of São Paulo. Method:
A quantitative exploratory study was carried out with the application of a structured instrument with a Likert scale, completed by the nurses from the Basic Health Units of the West Regional Coordination of the city of São Paulo, in the period from February to March 2019 themselves. Closed envelopes containing the questionnaire and the Term of Consent were distributed. Informed consent collected after three weeks. The data were analyzed descriptively using frequencies and percentages. Results:
70 nurses participated, with an average age of 35.9 years, average working time 10.7 years and 8.8 years working in PHC. The majority (88.8%) know what SAE is about, but refer difficulty understanding SAE and PE. There was no agreement among the respondents that academic training teaches satisfactorily about SAE / PE, but about 70% believe that academic training does not prepare for its realization in the PHC scenario. On the other hand, almost all of them believe that SAE / PE does bring benefits to the user and the nursing team. Despite these responses, there was a major agreement (70%) that there are difficulties in implementing these methodologies, that they have too many patients to attend to, that the interruptions of the team at the time of the consultation and the lack of adequate structure by the institution are part of the difficulties for its implementation. A great number of nurses agreed on what could facilitate the implementation of SAE and PE in their work unit, with more than 90% suggesting the offering of training for the staff, involvement of nurses in their work, knowledge of the methodology and a standardized language. When analyzing the responses to the individual perception of the situation in his/hers work unit, there was no consensus on the use of SAE in nursing actions or PE registration in the medical record, even with a percentage of over 60% agreeing to have institutional support for its accomplishment. Conclusion:
Systematization of Nursing Assistance is little known as well as little value as an instrument in the nursing work process due to its hospital-centered nature, making it difficult to adopt it in Primary Health Care scenario and the little appreciation of its teaching during the training/teaching of professionals. The results of the data confirmed this perception, leading to the proposal for greater training of nurses in terms of SAE, as well as the entire nursing team.