Publication year: 2021
Introdução:
A dor em recém-nascidos e lactentes merece atenção especial pelos profissionais de enfermagem, uma vez que provoca consequências neurológicas e psicológicas a curto e longo prazo. Existem intervenções não-farmacológicas para o alívio da dor que podem ser oferecidas, como por exemplo, a amamentação durante o procedimento da vacina, considerada o melhor método para alívio da dor. No entanto, na literatura e na prática, observamos que os profissionais apresentam dificuldades para facilitar a amamentação. Diante dessa realidade, nos indagamos: por que o profissional, mesmo informado, não utiliza a amamentação durante a vacina como método de alívio da dor? Nesse sentido, este estudo tem como pergunta: Quais as crenças da equipe de enfermagem das Unidades Básicas de Saúde (UBS) sobre a utilização da amamentação, como forma de intervenção não farmacológica no alívio da dor de recém-nascidos e lactentes, durante a imunização? Objetivos: Descrever e compreender as crenças da equipe de enfermagem sobre a amamentação como forma de intervenção não farmacológica no alívio da dor em neonatos e em lactentes durante a imunização nas UBS.Metodologia:
Estudo exploratório e descritivo com abordagem qualitativa realizado em três UBS de Jundiaí (SP). A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas semiestruturadas com profissionais da saúde e a análise dos dados apoiada no referencial metodológico Análise Temática e na abordagem Teórica do Modelo de Crenças (Illness Beliefs Model - IBM). Resultados:
Os dados foram organizados em três temas e nove subtemas. 1. Crenças dos profissionais de saúde; 2. Conhecimento dos profissionais de saúde e 3. Ações dos profissionais de saúde. O tema 1 identificou as falas que englobam as crenças e as percepções dos profissionais em relação ao lactente, à sua dor e à família, desde o acolhimento na UBS até sua saída, assim como crenças pessoais dos profissionais sobre outros aspectos que podem influenciar ou não na amamentação durante a vacina como método de alívio da dor. No tema 2, os profissionais de saúde demonstraram apresentar conhecimento sobre métodos gerais de alívio da dor do lactente durante a aplicação das vacinas, dentre estes a amamentação ou outros possíveis métodos. No tema 3 estão inseridos os relatos sobre as ações que os profissionais adotam ou deixam de adotar em relação à dor do lactente durante a aplicação da vacina e o que estes consideram que são ações que promovem o alívio da dor. Conclusão:
Foi possível concluir que, mesmo após evidências científicas recentes comprovando que a amamentação é o método mais eficaz para o alívio da dor durante a vacinação, lactentes ainda continuam sentindo dor devido às práticas de manejo inadequadas dos profissionais, que, por muitas vezes, têm ciência da evidência científica, mas suas crenças limitantes mostraram se sobressair à evidência, levando-os a não incentivar a mãe amamentar durante a aplicação da vacina.
Introduction:
Pain in newborns and infants deserves special attention by nursing professionals, as it causes short- and long-term neurological and psychological consequences. There are non-pharmacological interventions for pain relief that can be offered, such as breastfeeding during the vaccine procedure, considered the best method for pain relief. However, in the literature and in practice, we observe that professionals have difficulties in facilitating breastfeeding. Given this reality, we ask ourselves: why the professional, even if informed, does not use breastfeeding during the vaccine as a pain relief method? In this sense, this study has the question: What are the beliefs of the nursing staff of the Primary health care services (PHC) about the use of breastfeeding as a form of non-pharmacological intervention to relieve the pain of newborns and infants during immunization ? Objectives: To describe and understand the nursing team\'s beliefs about breastfeeding as a form of non- pharmacological intervention for pain relief in newborns and infants during immunization in the PHC. Methodology:
Exploratory and descriptive study with a qualitative approach carried out in three PHC services in Jundiaí (SP). Data collection was carried out through semi-structured interviews with health professionals and data analysis supported by the Thematic Analysis methodological framework and the Theoretical Approach of the Beliefs Model (Illness Beliefs Model - IBM). Results:
Data were organized into three themes and nine subthemes. 1. Beliefs of health professionals; 2. Knowledge of health professionals and 3. Actions of health professionals. Theme 1 identified the statements that encompass the beliefs and perceptions of professionals regarding the infant, their pain and the family, from the reception at the PHC until their departure, as well as the professionals\' personal beliefs about other aspects that may or may not influence in breastfeeding during the vaccine as a method of pain relief. In theme 2, health professionals demonstrated knowledge about general methods of pain relief for infants during the application of vaccines, including breastfeeding or other possible methods. Theme 3 includes reports on the actions that professionals adopt or fail to adopt in relation to the infant\'s pain during the application of the vaccine and what they consider to be actions that promote pain relief. Conclusion:
It was possible to conclude that, even after recent scientific evidence proving that breastfeeding is the most effective method for pain relief during vaccination, infants still feel pain due to the professionals\' inadequate management practices, which, many times, they are aware of the scientific evidence, but their limiting beliefs have been shown to stand out from the evidence, leading them not to encourage the mother to breastfeed during vaccine application.