Publication year: 2020
Introdução:
A dor crônica provoca impacto negativo na qualidade de vida dos indivíduos e requer atenção interprofissional. Objetivo:
Avaliar a aceitabilidade e viabilidade da intervenção interprofissional Programa de Controle da Dor Crônica; Avaliar os efeitos da intervenção na crença de autoeficácia, na intensidade da dor, incapacidade, fadiga e sintomas depressivos de pessoas com dor crônica; Verificar a correlação da incapacidade com a crença de autoeficácia, intensidade da dor, fadiga e sintomas depressivos. Método:
Estudo quase-experimental do tipo piloto que incluiu adultos com dor crônica de intensidade moderada a intensa. A intervenção foi elaborada com base na Teoria da Autoeficácia e Classificação das Intervenções de Enfermagem e utilizou estratégias educativas e Cognitivo-Comportamentais. O Programa foi realizado em grupo, ao longo de seis semanas, com um encontro semanal de duas horas de duração, aplicado por duas enfermeiras, uma psicóloga e uma fisioterapeuta. O conteúdo do Programa incluiu estratégias educativas sobre o manejo da dor, alongamento e técnicas de relaxamento. A aceitabilidade da intervenção foi analisada por meio da taxa de aceitação em participar do estudo, taxa de retenção (frequência nas sessões), taxa de adesão às recomendações e satisfação por autorrelato. A viabilidade foi analisada pela exequibilidade da implementação da intervenção, disponibilidade, qualificação e treinamento das interventoras, recursos materiais, contexto, fidelidade ao manual da intervenção e alcance da população alvo. Os participantes foram avaliados antes e após a intervenção por meio do Questionário de Autoeficácia sobre Dor, Escala Visual Numérica de dor, Questionário de incapacidade relacionada à dor, Pictograma de fadiga e Inventário de Depressão de Beck. Os dados foram analisados por meio do teste t pareado e correlação de Pearson. Resultados:
Entre 48 participantes elegíveis, 25 iniciaram o programa (taxa de aceitação = 52%), 15 concluíram (taxa de retenção = 60%) e 56% participaram de quatro a seis sessões. A taxa de adesão às recomendações do Programa foi muito boa para o alongamento (100%), relaxamento (73,3%) e moderada para caminhada (53,3%). Os participantes consideraram ótimo:
acesso ao local (83,3%), sala (66,6%), conteúdo abordado (86,6%) e número de sessões (46,6%). Todos os participantes (100%) afirmaram que o programa deveria ter mais sessões ou poderia ser uma atividade contínua. A análise pós intervenção mostrou aumento significativo da autoeficácia (p=0,004) e redução significativa da intensidade da dor (p=0,024), incapacidade (p=0,012), fadiga (p=0,001) e sintomas depressivos (p=0,042). A análise da correlação entre incapacidade e as demais variáveis mostrou correlação negativa moderada entre incapacidade e autoeficácia (r = -0,601; p<0,001) e positiva moderada entre incapacidade e fadiga (r = 0,603; p<0,001) e incapacidade e sintomas depressivos (r = 0,545; p<0,001). Não se observou correlação significativa entre incapacidade e intensidade da dor. Conclusões:
A intervenção interprofissional breve foi considerada aceitável e viável para pacientes com dor crônica. Além disso, contribuiu para melhorar a percepção de autoeficácia e reduzir a incapacidade, intensidade da dor, fadiga e sintomas depressivos. Esta intervenção pode ser aplicada na atenção primária e em serviços ambulatoriais especializados, devendo ser testada em ensaios clínicos randomizados com amostras maiores.
Introduction:
Chronic pain causes negative impact on quality of life and requires interprofessional attention. Objective:
To evaluate the acceptability and feasibility of a brief intervention Chronic Pain Management Program; To evaluate the effects of the intervention on self-efficacy, pain, disability, fatigue and depressive symptoms in chronic pain patients; To assess the correlation between disability and self-efficacy, pain, fatigue and depressive symptoms. Method:
A quasi-experimental pilot study that included chronic pain adults with moderate to severe pain. The intervention was based on Self-efficacy Theory, Nursing Interventions Classification, educative, and Cognitive Behavioral strategies. The Program was delivered in group, during six weeks, with two hours sessions, once a week, conducted by two nurses, a physiotherapist and a psychologist. The program content included educational strategies about pain management, stretching, and relaxation techniques. Acceptability analyzes the enrollment rate to participate on the study, retention rate (frequency in session), recommendation adherence rate and satisfaction by self-report. Feasibility analyzes the practicality of implementing the intervention through availability, quality, and training of interventionists, material resources, context, fidelity to intervention manual, and reach to the target population. The patients were evaluated before and after the intervention by the Pain Self-Efficacy Questionnaire, Visual Numerical Pain Scale, Pain Disability Questionnaire, The Fatigue Pictogram, and Beck Depression Inventory. The data were analyzed using the paired t test and Pearson\'s correlation. Results:
Between 48 eligible patients, 25 began the program (enrollment rate = 52%), 15 completed (retention rate = 60%) and 56% has participated on 4 6 sessions. The recommendation adherence rate was good for stretching (100%) and relaxation technique (73.3%), moderate to walking (53.3%). The participants considered as Great:
access to the meeting room (83.3%), room (66.6%), information content (86.6%) and number of sessions (46.6%). All participants (100%) stated that the program should have more sessions or could be a continuous activity. The analysis after intervention showed significant increase in self-efficacy (p=0.004) and significant decrease in pain intensity (p=0.024), disability (p=0.012), fatigue (p=0.001) and depressive symptoms (p=0.042). Correlations between disability and other variables showed moderate negative correlation between disability and self-efficacy (r=-0.601; p<0.001) and moderate positive correlations between disability and fatigue (r=0.603; p<0.001) and disability and depressive symptoms (r=0.545; p<0.001). There was no significant correlation between disability and pain intensity. Conclusion:
The brief interprofessional intervention was considered acceptable and feasible to chronic pain patients. Furthermore, contributed to increase self-efficacy belief and to decrease disability, pain intensity, fatigue, and depressive symptoms. This intervention can be applied in primary health care or specialized outpatients settings and should be tested in randomized clinical trials with larger samples.