Caracterização dos sintomas e cuidados prestados ao doente terminal nos últimos três dias de vida, num serviço de internamento hospitalar
Publication year: 2022
Num hospital de agudos, o atendimento é direcionado essencialmente para a vertente curativa, pelo que nem sempre é possível atender às necessidades dos que padecem de uma doença terminal, acabando muitas vezes por falecer no serviço, sem que lhes seja facultado o devido cuidado, inúmeras vezes de carater paliativo.
Objetivo:
Caracterizar os cuidados prestados ao doente terminal, nos últimos três dias de vida, num serviço de internamento hospitalar.Metodologia:
Estudo descritivo simples, retrospetivo, de cariz quantitativo. A recolha de informação foi efetuada a partir dos processos individuais de 32 doentes falecidos num serviço de Medicina Interna. O instrumento de recolha de dados utilizado foi construído e utilizado por Delgado (2012), tendo sido concebido com base no Protocolo de Liverpool Care Pathway (LCP – versão 12).Resultados:
A amostra em estudo é predominantemente do sexo feminino, com média de idade de 89 anos, admitida pelo serviço de urgência, a residir em casa própria, com dependência em grau elevado nos autocuidados. Respeitante à sintomatologia mais observada nos três últimos dias de vida, aferiu-se que foi a dispneia (46,9%), estertor/respiração ruidosa (40,6%) e dor (37,5%). Os analgésicos assumem uma posição de destaque, no que concerne às intervenções farmacológicas. No que tange às intervenções não farmacológicas, a maioria continua ativa durante todo o período de tempo, salientando-se a monitorização e os exames complementares de diagnóstico, mais especificamente as análises sanguíneas (62,5%). Intervenções de Enfermagem que contemplam o cuidado com a pele, eliminação intestinal e urinária foram transversais ao processo de finitude, almejando a satisfação das necessidades e conforto do doente.Conclusão:
Apesar da irreversibilidade clínica, muitas vezes são praticadas intervenções que não coadunam com as autênticas necessidades do doente em fase terminal, o que inviabiliza a prestação de cuidados que promovam o conforto e a qualidade de vida, nesta fase tão peculiar do ciclo vital.
In an acute hospital, care is essentially directed towards the curative aspect. Therefore, it is not always possible to meet the needs of those suffering from a terminal illness. As a result, some frequently end up dying in the service, without being provided with the proper care, often times of a palliative nature.