A sexualidade na mulher com incapacidade intelectual

Publication year: 2022

No âmbito da unidade curricular Estágio com Relatório, integrada no curso de Mestrado de Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica, foi realizado um relatório final, que contempla uma descrição e reflexão relativa à componente de estágio e uma abordagem da componente de investigação.

Problemática:

Na componente de investigação, o estudo desenvolvido abrangeu duas temáticas centrais: a sexualidade e a mulher com incapacidade intelectual. A sexualidade é uma parte integrante da vida de cada pessoa, que contribui para o seu bem-estar. A pessoa com incapacidade, tal como as outras pessoas, apresenta potencialidades, desejos e necessidades e, por isso, é impossível excluir esta temática da realidade destas pessoas. A área de Saúde Materna e Obstétrica assume especial importância nos cuidados especializados à mulher ao longo do seu ciclo reprodutivo, nomeadamente no âmbito da sexualidade. Assim, os/as enfermeiros/as deverão possuir competências para educar e orientar, no sentido de promover vivências da sexualidade em pleno.

Objetivo:

Conhecer as perceções e descrever as vivências da sexualidade, de mulheres com diagnóstico de incapacidade intelectual (ligeira ou moderada), que se encontram institucionalizadas.

Metodologia:

Investigação qualitativa, de nível I: exploratório-descritivo. Nesta participaram treze mulheres e, para alcançar o objetivo proposto, foi utilizada uma entrevista semiestruturada constituída por questões sociodemográficas e questões no âmbito da temática em estudo. Os dados recolhidos foram analisados de acordo com a análise de conteúdo proposta por Bardin (2016).

Resultados:

Da análise das entrevistas, emergiram três categorias: Perceção da sexualidade; Conhecimentos sobre a sexualidade; e Vivências da sexualidade. Verificou-se dificuldade em verbalizar conceitos sobre sexualidade e conclui-se que as participantes têm falta de informações, sendo o conhecimento sobre a temática da sexualidade reduzido ou inexistente. O reconhecimento das vivências notou-se influenciado pela carência de conhecimentos. Percebeu-se que existem fatores que condicionaram as suas vivências e, possivelmente, provocaram desconfortos, com impacto negativo nas vivências atuais.

Conclusão:

Salienta-se a necessidade de um trabalho aprofundado e uma formação contínua, destacando-se a importância da educação para a saúde e a intervenção do/a Enfermeiro/a Especialista em Saúde Materna e Obstétrica, perante este grupo-alvo.