O direito à morte digna da criança hospitalizada: ações de enfermagem

Publication year: 2018

Diante da complexidade dos aspectos que envolvem a assistência de enfermagem à criança em momento final de vida no cenário da Unidade de Internação Pediátrica, objetivou-se descrever as ações de enfermagem frente ao direito à morte digna da criança hospitalizada; analisar as (im)possibilidades para promover o direito à morte digna da criança hospitalizada; e discutir as implicações das ações de enfermagem para a promoção do direito à morte digna da criança hospitalizada. Estudo qualitativo, baseado no conceito de morte digna, com 16 membros da equipe de enfermagem, que atuam em uma Unidade de Internação Pediátrica, por meio da Entrevista Não Diretiva em Grupo. Os depoimentos foram analisados de acordo com a análise temática.

Resultados:

As ações de enfermagem minimizam o sofrimento por meio de medidas farmacológicas e não farmacológicas que aliviam a dor, o desconforto físico e respiratório, tornam o ambiente mais acolhedor com a implementação de estratégias que buscam resguardar a privacidade, e ampliam os acompanhantes da criança. A morte digna é possível quando a criança e família são preparadas para vivenciar esse momento final da vida da criança; a decisão é compartilhada entre criança, família e equipe; existe vínculo e confiança com a equipe; os aspectos religiosos são respeitados; o quadro de irreversibilidade da criança é reconhecido, e não há transferência para a Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica, nem tampouco a realização de medidas invasivas e dolorosos para prolongar a vida da criança. Esses fatores garantem fortalecimento da família; princípios bioéticos; aceitação da morte da criança e atenuação dos aspectos estressores.

Conclusões:

A equipe de enfermagem promove a morte digna da criança baseada em convicções individuais de dignidade, uma vez que ainda não existem modelos de cuidado à criança no momento final de vida e morte, na unidade de internação pediátrica, cenário do estudo. As ações contribuem para criação de novos modelos de cuidado à criança que resguardem prioritariamente a dignidade humana no momento da morte da criança.
In view of the complexity of the aspects that involve nursing assistance to the child at the end of life in the scenario of the Pediatric Internment Unit, the objective was to describe the nursing actions regarding the right to a decent death of hospitalized children; to analyze the (im) possibilities for promoting the right to a decent death in hospitalized children; and discuss the implications of nursing actions for the promotion of the right to a dignified death in hospitalized children. A qualitative study based on the concept of dignified death, with 16 members of the nursing team, who work in a Pediatric Internment Unit, through the Non-Directive Group Interview. The statements were analyzed according to the thematic analysis.

Results:

Nursing actions minimize suffering through pharmacological and non-pharmacological measures that alleviate pain, physical and respiratory discomfort, make the environment more welcoming with the implementation of strategies that seek to protect privacy, and expand the child’s companions. Decent death is possible when the child and family are prepared to experience this final moment of the child’s life; the decision is shared between child, family and team; there is a bond and trust with the team; religious aspects are respected; the irreversibility of the child is recognized, and there is no transfer to the Pediatric Intensive Care Unit, nor any invasive and painful measures to prolong the life of the child. These factors ensure family strengthening; bioethical principles; acceptance of the child’s death and attenuation of the stressors.

Conclusions:

The nursing team promotes the dignified death of the child based on individual convictions of dignity, since there are still no models of child care at the final moment of life and death in the pediatric hospitalization unit, the study scenario. The actions contribute to the creation of new models of child care that safeguard human dignity at the moment of the child’s death.