Perceção dos enfermeiros sobre o cumprimento das medidas preventivas de infeção urinária associada a cateter vesical

Publication year: 2022

A infeção urinária associada a cateter vesical (IUACV) surge como uma das infeções associadas aos cuidados de saúde (IACS) mais prevalentes no nosso país, sendo considerada uma das complicações mais frequentes nas pessoas com acidente vascular cerebral (AVC). Pelo que é prioritário adotar medidas, baseadas na melhor evidência científica, que reduzam as taxas de IUACV, como o cumprimento do feixe de intervenções de prevenção da infeção urinária associada a cateter vesical (FIPIUACV). Neste sentido, pretendeu-se desenvolver uma investigação que responda à questão de investigação: Qual a perceção dos enfermeiros de um serviço de neurologia sobre o cumprimento das medidas preventivas de infeção urinária associada a cateter vesical? Partindo desta formularam-se os seguintes objetivos: analisar a perceção dos enfermeiros de um serviço de neurologia sobre o cumprimento das medidas preventivas de IUACV e identificar os fatores facilitadores e dificultadores do cumprimento medidas preventivas de IUACV. Trata-se de um estudo quantitativo descrito exploratório. A colheita de dados foi realizada por questionário, utilizando uma escala tipo lickert, aplicado a 53 enfermeiros que exerciam funções num serviço de neurologia e que eram prestadores de cuidados a pessoas com AVC com cateterismo vesical de um centro hospitalar da região centro do país, no período de 28 de março a 10 de abril de 2022. A análise das perceções dos enfermeiros revelou conformidade razoável com as medidas recomendadas, mas tendencionalmente positiva, em que a maioria afirmou cumprir as medidas preventivas quase sempre ou sempre. A destacar que a documentação em processo clínico surge como a medida preventiva menos implementada e, ainda, que a amostra não é unânime na escolha da solução de higiene do meato urinário.

Os fatores facilitadores para o cumprimento das medidas preventivas mais evidenciados pelos enfermeiros foram:

recursos materiais adequados, formação dos profissionais sobre FIPIUACV e o conhecimento que detêm sobre ele.

Os fatores considerados dificultadores foram:

falta de recursos materiais, rácio inadequado e condição clínica do doente. Os resultados permitem identificar fragilidades no cumprimento rigoroso do FIPIUACV. Espera-se que o estudo contribua para a reflexão dos profissionais e para o desenvolvimento de estratégias para a implementação rigorosa das medidas preventivas de forma sistemática, resultando na melhoria contínua dos cuidados prestados e na redução da IUACV no doente com AVC.