Intervenções autónomas de enfermagem como indicadores sensíveis de qualidade aos cuidados ao doente crítico com ventilação mecânica não invasiva
Publication year: 2022
As competências dos enfermeiros, representam um fator importante na segurança dos cuidados prestados ao doente crítico com Ventilação Mecânica Não Invasiva (VMNI). As Intervenções Autónomas de Enfermagem (IAE), no contexto da assistência ao doente crítico com VMNI, e como resposta assertiva a uma necessidade de cuidados, devem conferir a eficácia e eficiência que se busca quando se fala em segurança e gestão de saúde. Parte- se do pressuposto, que os enfermeiros praticam tanto mais uma ação, quanto mais acreditam que ela constitui para o doente um ganho em saúde. Esta relação, permite tornar expectável, que as ações mais frequentemente executadas, são as percecionadas como as mais promotoras de saúde e, portanto, aquelas que podem assumir o estatuto de Indicadores Sensíveis de Qualidade (ISQ) aos cuidados em saúde. O objetivo, da presente investigação, é reconhecer as Intervenções Autónomas de Enfermagem (IAE), no cuidado ao doente crítico com VMNI, que podem ser consideradas Indicadores Sensíveis de Qualidade (ISQ) aos cuidados de saúde. Na metodologia, foi desenvolvido um estudo quantitativo, exploratório, descritivo, de coorte transversal, a partir da aplicação do questionário “Intervenções Autónomas de Enfermagem ao doente crítico com Ventilação Mecânica Não Invasiva” (Garcia & Veiga-Branco, 2022), a uma amostra de 76 enfermeiros, em prestação de cuidados a doentes em situação crítica com VMNI. As oito IAE com caráter de maior incidência executória, identificadas foram “as notas de enfermagem apresentam registo do estado de consciência do doente”; “as notas de enfermagem apresentam registo de parâmetros hemodinâmicos”; “a utilização de filtro antibacteriano e humidificação é importante”; “a aferição do tamanho da interface é pertinente”; “o doente é posicionado no leito com cabeceira >30o”; “a interface é selecionada de forma a adequar-se ao doente”; “é indicado o levante para o cadeirão” e “a aplicação de vaselina nos lábios e a humidificação da cavidade oral deve fazer parte do plano de cuidados”, assumindo-se como ISQ aos cuidados de saúde. Reafirma-se a pertinência das competências autónomas dos enfermeiros, na prestação e na visibilidade da prestação de cuidados diferenciados, aos doentes em situação crítica com VMNI, e a necessidade de elaborar um protocolo de atuação na terapia com VMNI, de forma a uniformizar cuidados de qualidade.
Nurses' skills represent an important factor in the safety of care provided to critically ill patients with Non-Invasive Mechanical Ventilation (NIMV). Autonomous Nursing Interventions (ANI), in the context of care for critically ill patients with NIMV, and as an assertive response to a need for care, must provide the effectiveness and efficiency that is sought when talking about safety and health management. It is assumed that nurses practice an action the more they believe that it constitutes a health gain for the patient. This relationship makes it possible to expect that the actions most frequently performed are those perceived as the most health promoting and, therefore, those that can assume the status of Sensitive Indicators of Quality (SIQ) in health care. The objective of the present investigation is to recognize the Autonomous Nursing Interventions (ANI), in the care of critically ill patients with NIMV, which can be considered Sensitive Indicators of Quality (SIQ) in health care. In terms of methodology, a quantitative, exploratory, descriptive, cross-sectional cohort study was developed, based on the application of the questionnaire “Autonomous Nursing Interventions for critically ill patients with Non-Invasive Mechanical Ventilation” (Garcia & Veiga-Branco, 2022), to a sample of 76 nurses, providing care to patients in a critical situation with NIMV. The eight ANI with the highest execution incidence, identified were “the nursing notes present a record of the patient's state of consciousness”; “nursing notes show a record of hemodynamic parameters”; “the use of an antibacterial filter and humidification is important”; “measuring the size of the interface is relevant”; “the patient is positioned in bed with a headboard >30o”; “the interface is selected to suit the patient”; “raising the chair is recommended” and “applying Vaseline to the lips and moistening the oral cavity should be part of the care plan”, assuming themselves as SIQ in health care. It reaffirms the pertinence of the nurses' autonomous competencies, in the provision and visibility of the provision of differentiated care, to patients in critical situation with NIV, and the need to develop a protocol for working in NIV therapy, in order to standardize quality care.