Convivendo com a estomia: adaptação do paciente frente à sua nova realidade
Publication year: 2020
Este estudo tem como objetivo geral conhecer os processos adaptativos vividos por pessoas com estomias. E, como objetivos específicos: identificar as estratégias adaptativas utilizadas por pessoas com estomias; descrever os sentimentos vividos por pessoas com estomias; e discutir os processos adaptativos e os sentimentos de pessoas com estomias. Posteriormente, propor um plano terapêutico para pessoas com estomias baseado na Teoria de Adaptação de Callista Roy. Estudo descritivo com abordagem qualitativa, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UERJ, com o seguinte parecer: CAAE: 06241319.1.0000.5282. Foi desenvolvido em uma Clínica de Estomaterapia localizada na cidade do Rio de Janeiro, com 16 pacientes, sendo 13 do sexo feminino, e 3 do sexo masculino, todos com mais de 1 ano de confecção de estomia. A coleta de dados ocorreu no mês de julho de 2019. Para tratamento dos dados, utilizou-se a análise de conteúdo de Bardim, emergindo três categorias e seis respectivas subcategorias: I - a influência da rede social das pessoas com estomia no apoio ao seu processo de adaptação (rede social da pessoa com estomia; apoio profissional); II - enfrentamento das situações cotidianas para a adaptação das pessoas com estomia (cotidiano da pessoa com estomia e as dificuldades com o autocuidado; estratégias de adaptação da pessoa com estomia); e III - repercussões sentimentais vividas por pessoas com estomia (os sentimentos das pessoas com estomias; isolamento social e anseio para retornar à atividade laboral). A análise dos resultados se deu à luz da literatura especifica e da Teoria de Enfermagem de Callista Roy. Os principais resultados evidenciados foram que a rede social, a crença religiosa e a equipe profissional favoreceram a adaptação da pessoa com estomia. A construção da estomia foi um estímulo focal para a pessoa desenvolver meios de se adaptar à sua nova realidade, até mesmo com a criação de equipamentos para disfarçar a bolsa de colostomia; a participação em grupos de apoio, com rodas de conversa e troca de experiência, também foi evidenciado em sua recuperação. A cirurgia afetou física, social e psicologicamente a pessoa com estomia, fazendo com que, após o luto por ter seu membro amputado, passe a criar meios e mecanismos para a adaptação e a reabilitação. Conclui-se que as mudanças no cotidiano, a falta de conhecimento sobre as estomias e os sentimentos negativos gerados pela estomia dificultam a adaptação do paciente, ficando evidente a importância do atendimento especializado da enfermagem e de um plano terapêutico que dê suporte às demandas físicas e psicológicas, para, assim, facilitar a adaptação da pessoa com estomia.
This study aims to know the adaptive processes experienced by people with ostomies. And, as specific objectives: to identify the adaptive strategies used by people with ostomies; to describe the feelings experienced by people with ostomies; and to discuss the adaptive processes and feelings of people with ostomy. Subsequently, to propose a therapeutic plan for people with ostomy based on Callista Roy's Adaptation Model. This is a descriptive study with qualitative approach, approved by the Research Ethics Committee of the State University of Rio de Janeiro (UERJ), under the following opinion: CAAE: 06241319.1.0000.5282. It was developed in a stomatherapy clinic located in the city of Rio de Janeiro, with 16 patients, 13 female and 03 male, all having the ostomy for over a year. Data were collected in July 2019. For data treatment, the Bardim content analysis was used, from which emerged three categories and six subcategories: I - the influence of the social network of people with ostomy in the support of their adaptation process (social network of with ostomy; professional support); II - coping with everyday situations for the adaptation of people with ostomy (daily life of the person with ostomy and the difficulties with self-care; strategies for adaptation of the person with ostomy); and III - sentimental repercussions experienced by people with ostomy (the feelings of people with ostomy; social isolation and desire to return to work activity). The results analysis was based on the specific literature and the Callista Roy's Adaptation Model of Nursing. The main results evidenced were that social network, religious belief and a professional team favored the adaptation of the person with ostomy. The ostomy construction was a focal stimulus for the person to develop ways to adapt to the new reality, even by creating an equipment to disguise the colostomy bag; The participation in support groups, with conversation circles and exchange of experience, was also evidenced in their recovery. The surgery affected the person with ostomy physically, socially and psychologically, so after the grief for having an amputated limb the person starts to create ways and mechanisms for adaptation and rehabilitation. It is concluded that the changes in daily life, the lack of knowledge about the ostomy and the negative feelings generated by the ostomy make it difficult for the patient to adapt, and it is evident the importance of specialized nursing care and a therapeutic plan that supports both physical and clinical demands to make the adaptation of the person with ostomy easier.