Protocolo de manuseio mínimo para recém-nascidos prematuros em unidade de terapia intensiva neonatal

Publication year: 2020

Resumo:

Introdução: O recém-nascido pré-termo (RNPT) apresenta imaturidades que resultam em instabilidades e alterações significativas no seu desenvolvimento neuropsicomotor, as quais se associam ao estresse do ambiente da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal, causando prejuízos à saúde do neonato.

Objetivo:

Desenvolver Protocolo de Manuseio Mínimo para recém-nascidos prematuros em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal de hospital público do Paraná.

Método:

Pesquisa metodológica aplicada, apoiada no método de Pesquisa Convergente Assistencial (PCA), com abordagem mista. A coleta de dados incluiu a Etapa 1, com observação estruturada não participativa das manipulações, apoiada por instrumento próprio, preenchido à beira-leito por profissionais dos cuidados ao RNPT nas primeiras 72 horas. Na Etapa 2 (PCA) foram cumpridas quatro fases: Fase I Concepção - Scoping Review; Fase II Instrumentalização - definição do espaço físico e participantes da pesquisa; Fase III Perscrutação: coleta de dados, registros e análise das informações, as Oficinas EAD com visualização e discussão em fórum na plataforma e os registros; Fase IV Avaliação: síntese e desenvolvimento do protocolo. Na coleta documental dos dados, identificaram-se as características maternas e da gestação. Na consulta ao prontuário, investigou-se sobre o aporte clínico ofertado ao prematuro. Constituíram a amostra, na Etapa 1, 22 RNPT, na Etapa 2, 68 participantes. A análise estatística da observação foi realizada pela quantificação estruturada dos procedimentos de manuseio aos cuidados e eventos adversos associados aos manuseios. As oficinas foram analisadas e categorizadas pelos registros durante os encontros.

Resultados:

Para os dados sociodemográficos de 22 RNPT houve prevalência do sexo masculino (54,5%); com média de idade gestacional de 28,4 ± 2,2 semanas e de peso ao nascimento de 1067,7 ± 336,8g. Na observação, durante as primeiras 72h ocorreram 748 manuseios, somando 3.

652:

1.076 monitorização; 858 procedimentos; 95 exames; 1.592 cuidados de rotina; e 31 cuidados de familiares. Entre os 68 profissionais que participaram da Fase 2, 31 (45,6%); técnicos(as) de enfermagem; 25 (36,8%) enfermeiros/as; 5 (7,3%) médicos neonatologistas; 4 (5,9%) fisioterapeutas; 1 (1,5%) auxiliar de enfermagem; 1 (1,5%) fonoaudióloga; 1 (1,5%) assistente social e psicóloga. Desenvolveram-se oito módulos nas oficinas com vídeo-aulas para a construção e consolidação do protocolo por meio do ferramental Wiki® no Moodle.

Conclusão:

No estudo metodológico apoiado pela PCA houve o desenvolvimento de tecnologia com informações da prática do cuidado intensivo de prematuros. O diálogo nas oficinas multidisciplinares remotas, não síncronas, mobilizou nos participantes a necessidade de qualificação dos cuidados desenvolvimentais a serem implantados na prática, que foram organizados e relacionados à teorização e processo da interpretação para a construção sistematizada do Protocolo com consenso conclusivo do grupo.

Considerações finais:

o Protocolo de Manuseio Mínimo para Recém-nascidos Prematuros foi implantado na unidade intensiva do estudo, deverão ser implementadas as ações de cuidado na prática assistencial, e também a tecnologia ser validada no cenário e por especialistas. Seu impacto repercute ao RNPT, sua mãe/pai/família, profissionais da equipe de saúde e institucionalmente, com qualificação do cuidado e otimização dos leitos intensivos neonatais.

Abstract:

Introduction: The preterm newborn (PTNB) has immaturities that result in instabilities and significant changes in his neuropsychomotor development, which are associated with the stress of the Neonatal Intensive Care Unit environment, causing damage to the newborn's health.

Objective:

To develop a Minimum Handling Protocol for premature newborns in the Neonatal Intensive Care Unit of a public hospital in Paraná.

Method:

Applied methodological research, supported by the Convergent Care Research (PCA) method, with a mixed approach. Data collection included Stage 1, with structured non-participative observation of manipulations, supported by a specific instrument, filled out at the bedside by professionals providing care to the PTNB in the first 72 hours. In Stage 2 (PCA) four phases were accomplished: Phase I Conception - Scoping Review; Phase II Instrumentalization - definition of the physical space and research participants; Phase III Research: data collection, records and analysis of information, EAD Workshops with visualization and discussion in forum on the platform and the records; Phase IV Evaluation: synthesis and development of the protocol. In documentary data collection, maternal and pregnancy characteristics were identified. In the consultation of the medical records, it investigated the clinical contribution offered to the premature infant. The sample constituted, in Stage 1, 22 PTNB, in Stage 2, 68 participants. The statistical analysis of the observation was made by the structured quantification of the handling procedures to care and adverse events associated with the handling. The workshops were analyzed and categorized by the records during the meetings.

Results:

For the sociodemographic data of 22 PTNBs, there was a prevalence of males (54.5%); with a mean gestational age of 28.4 ± 2.2 weeks and birth weight of 1067.7 ± 336.8g. In the observation, during the first 72h there were 748 handling, totaling 3,652: 1,076 monitoring; 858 procedures; 95 exams; 1,592 routine care; and 31 care of family members. Among the 68 professionals who participated in Phase 2, 31 (45.6%) nursing technicians; 25 (36.8%) nurses; 5 (7.3%) neonatal physicians; 4 (5.9%) physical therapists; 1 (1.5%) nursing assistant; 1 (1.5%) speech therapist; 1 (1.5%) social worker and psychologist. Eight modules were developed in the workshops with video lessons for the construction and consolidation of the protocol using the tool Wiki® in Moodle.

Conclusion:

In the methodological study supported by the PCA, there was the development of technology with information on the practice of intensive care of premature infants. Dialogue in multidisciplinary workshops remote, non-synchronous, mobilized in the participants in the need for qualification of developmental care to be implemented in practice, which were organized and related to the theorization and interpretation process for the systematic construction of the Protocol with a conclusive consensus of the group.

Final considerations:

the Minimum Handling Protocol for Premature Newborns was implemented in the intensive unit of the study, care actions must be implemented in care practice, and the technology must also be validated in the setting and by specialists. Its impact has repercussions for the PTNB, its mother / father / family, health team professionals and institutionally, with qualified care and optimization of neonatal intensive care beds.