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Este estudo, ancorado na pesquisa intitulada “Qualidade da informação: um estudo sobre o pré-natal de risco habitual realizado na Atenção Primária à Saúde de Cabo Frio”, tem como objetivo geral: Analisar a (in)completude dos registros da caderneta da gestante e suas relações com a adequação da assistência pré-natal de risco habitual na APS do município de Cabo Frio, Rio de Janeiro.

Metodologia:

trata-se de estudo transversal com um conjunto de cadernetas da gestante de mulheres em período de pós-parto imediato e internadas no Hospital Municipal da Mulher de Cabo Frio. A estratégia amostral foi por conveniência, abrindo-se um recorte temporal de seis meses, recrutando todas as mulheres neste período (n=131). O grau de adequação do pré-natal foi calculado pelo Índice de Kotelchuck, e o grau de completude utilizou os critérios de Romero e Cunha, ajustado pela idade gestacional. Ambos foram tratados como variáveis desfecho, sendo as covariáveis de interesse divididas em sociodemográficas e características da atenção pré-natal. A análise estatística compreendeu o cálculo de prevalências, razões de prevalência e intervalos de confiança a 95%, bem como a construção de modelos, usando regressão de Poisson com ajuste por variância robusta. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Universidade do Estado do Rio de Janeiro sob o parecer nº 3.223.284.

Resultados:

os principais resultados demonstram que o grau de completude das cadernetas pode ser classificado como predominantemente ruim e muito ruim, com resultados de 74,05% e 20,61%, respectivamente. Por outro lado, a maior parte dos pré-natais foi considerada adequada e muito adequada, com prevalências de 18,32% (IC95%: 12,53-26,00) e 42,4975% (IC95%: 34,46-51,46). A participação do enfermeiro na assistência pré-natal demonstrou ser importante covariável associada à melhoria do grau de completude das cadernetas (RPa=0,89; p=0,009), assim como a realização de seis consultas ou mais (RPa=0,94; p=0,012). Contudo, observou-se que a variável (in)completude do registro pré-natal esteve associada aos piores níveis de adequação (RPa 0,78; p<0,001), independentemente das características sociodemográficas e de atenção pré-natal.

Conclusão:

demonstrou-se a necessidade de aprimoramento das políticas públicas sobre o pré-natal, sobretudo, no que concerne à melhoria da qualidade da informação, e, mesmo sendo observada uma prevalência relativamente elevada para a adequação do pré-natal, acredita-se que as metas a serem perseguidas neste acompanhamento devem contemplar a totalidade de gestantes. Ainda, a presença do profissional enfermeiro durante as consultas foi fator associado a desfechos positivos nesta análise. Considerando que a introdução das variáveis sobre a característica da atenção prestada é pioneira nesta dissertação, recomenda-se que novas investigações utilizem modelos similares, na tentativa de avaliar a consistência destes resultados.