Publication year: 2022
A presença dos pais no serviço de urgência é uma realidade cada vez mais frequente, principalmente durante procedimentos invasivos ou em situações de reanimação. Contudo, a presença destes junto dos filhos em sala de emergência é um assunto que gera polémica entre os profissionais de saúde.
Os objetivos deste estudo são:
descrever as vivências dos pais no acompanhamento dos filhos em situação crítica (em situação de presença ou ausência na sala de emergência); identificar os ganhos e limitações da presença/ ausência dos pais na sala de emergência, no acompanhamento dos filhos em situação crítica; e identificar as necessidades sentidas pelos pais no acompanhamento dos filhos em situação crítica.
Trata-se de um estudo qualitativo, fenomenológico, em que os participantes foram as mães das crianças/ adolescentes vítimas de uma situação crítica, que necessitaram de cuidados de saúde emergentes no Serviço de Urgência Pediátrica do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Participaram neste estudo sete mães, com idades compreendidas entre os vinte e nove e os quarenta e um anos e cuja idade dos filhos varia entre um e dezassete anos.
Da análise dos achados emergiram quatro temas centrais:
?Eu: Mãe?, ?Parte de mim: O meu filho?, ?Eu e os Outros: Profissionais e ?Eu aqui: Na sala de Emergência. Conclui-se que maioria das mães estiveram junto aos seus filhos na sala de emergência, descrevendo a vivência de alguns sentimentos como angústia, impotência, desespero, mágoa e tristeza. As mães delinearam algumas estratégias para fazer face à situação crítica; identificou-se a necessidade parental de ter um profissional dedicado à transmissão de informação em tempo real aos pais. Acrescenta-se ainda a perceção de aspetos positivos e negativos quanto à performance dos profissionais de saúde, mas na sua maioria as mães apresentam-se satisfeitos com o atendimento.
