O familiar cuidador da pessoa com ostomia respiratória: Satisfação com o planeamento do regresso a casa
Publication year: 2020
A pessoa com ostomia respiratória sofre alterações físicas e psicológicas, podendo haver a necessidade de um familiar se tornar cuidador. O planeamento do regresso a casa permite capacitar o cuidador, com vista à continuidade dos cuidados no domicílio e à promoção de uma transição saudável para o papel de prestador. Assim, de forma a melhorar a qualidade dos cuidados de enfermagem é fundamental conhecer a satisfação dos cuidadores sobre o planeamento do regresso a casa.
O presente estudo descritivo, com enfoque na abordagem quantitativa, teve como principais objetivos caracterizar socio-demograficamente, profissionalmente e o contexto familiar dos cuidadores; identificar os cuidados prestados e avaliar a satisfação dos cuidadores sobre a preparação do regresso a casa. A amostra foi obtida através de um processo de amostragem não probabilística acidental, sendo constituída por 30 familiares cuidadores de doentes com ostomia respiratória. A recolha de dados foi realizada através de formulário (1-Dados sociodemográficos, profissionais, contexto familiar e cuidados prestados; 2- PREPARED-C, da autoria de Karen Grimmer, 1998, traduzido e validado para a população portuguesa por Ferreira, Mendes, Fernandes e Ferreira, 2011). Aplicado entre julho e dezembro de 2019, na consulta de Otorrinolaringologia de um Hospital do centro do país.
Os participantes apresentam uma idade média de 52 anos, sendo maioritariamente mulheres, esposas a coabitar com o doente, com um nível de instrução baixo e com atividade profissional. Os cuidados assegurados pelos cuidadores relacionam-se, maioritariamente, com o autocuidado à ostomia respiratória.
Quanto ao índice de satisfação dos familiares cuidadores sobre o planeamento do regresso a casa, este foi de 53,93%. Globalmente, existe um nível de satisfação dos cuidadores consideravelmente baixo, em relação à prestação de informações sobre medicação, existência de estruturas de apoio e capacitação para o autocuidado.
Depreende-se do estudo a importância do desenvolvimento de um programa estruturado de intervenções de enfermagem, com base na evidência científica que permita ir ao encontro das necessidades específicas dos familiares cuidadores, com a finalidade de facilitar a transição saudável para o papel de cuidador.
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Realça-se assim a importância da investigação para a prática e para a tomada de decisão dos enfermeiros.