Cultura de segurança dos profissionais de enfermagem no manuseio das drogas antineoplásicas

Publication year: 2019

O objeto da pesquisa foi a cultura de segurança dos trabalhadores de enfermagem de um hospital geral universitário, no manuseio das drogas antineoplásicas.

Objetivo:

Descrever o conhecimento e experiência dos profissionais de enfermagem acerca dos riscos ocupacionais e da proteção individual do cliente e do ambiente relacionados às drogas antineoplásicas em hospital geral; analisar os mecanismos de proteção utilizados pelos profissionais de enfermagem no manuseio dos antineoplásicos e discutir a cultura de segurança adotada pelos profissionais de enfermagem, relacionada às drogas antineoplásicas, na perspectiva da saúde do trabalhador.

Metodologia:

Estudo descritivo, exploratório, de abordagem qualitativa, desenvolvido em um hospital geral público federal da Região Sudeste do Brasil, com 35 trabalhadores de enfermagem. Foram utilizadas entrevistas semiestruturadas como técnica de coleta de dados para traçar o perfil sociodemográfico, profissional e laboral dos participantes e saber sobre a cultura de segurança com as drogas antineoplásicas. Utilizou-se a análise temática de conteúdo no tratamento dos dados, gerando seis categorias de análise: conhecimento dos profissionais de enfermagem sobre as drogas antineoplásicas e seus efeitos para a saúde do trabalhador; experiências dos trabalhadores de enfermagem com as drogas antineoplásicas e situações de exposição; conhecimento sobre os mecanismos de proteção ao cliente , ao ambiente, e ao trabalhador; Medidas preventivas no manuseio com drogas antineoplásicas pelos trabalhadores e instituições – uma questão educativa e percepção sobre condutas em caso de ocorrência de acidentes com as drogas antineoplásicas.

Resultados:

Constatou-se que a equipe de enfermagem não tinha experiência nem conhecimento sobre as recomendações para o manuseio seguro das drogas antineoplásicas. Não havia protocolos para sua administração e condutas em caso de acidentes, bem como capacitação à equipe de enfermagem dentro da metodologia da educação permanente e para o uso de equipamentos de proteção individual adequado. Evidenciou-se conhecimento sobre os efeitos das Hazardousdrugs e que havia medidas preventivas a serem adotadas. As questões institucionais também foram referidas, como colaboradoras e limitantes para o alcance da cultura de segurança no trabalho.

Conclusão:

Para a efetivação da cultura de segurança no trabalho com drogas antineoplásicas, é imprescindível que haja envolvimento da equipe de enfermagem, de outros trabalhadores que lidam com as Hazardousdrugs e dos diretores da instituição. Acredita-se que a capacitação os tornam aptos para compreender e seguir as recomendações estabelecidas no manejo adequado e enfoque preventivo com esses fármacos, ações fundamentais, pois repercutem na segurança e na saúde do trabalhador da equipe de enfermagem.
The aim of this research was the safety culture among nursing workers in a general university hospital who handle antineoplastic drugs.

Aims:

To describe the knowledge and experiences of nursing professionals concerning occupational risks and the client and environmental protection related to antineoplastic drugs in a general hospital; to analyze the protection mechanisms used by nursing professionals in handling antineoplastic agents and to discuss the safety culture adopted by nursing professionals associated to antineoplastic drugs aimed at worker’s health.

Methodology:

A descriptive exploratory qualitative study carried out at a federal public general hospital in the Southeast Brazilian Region with 35 nursing workers. Semi structured interviews were used as data collection technique to establish the sociodemographic, occupational and working profile of the participants and to be aware of safety culture with antineoplastic drugs. Thematic content analysis was used for treatment of data, then emerging six categories of analysis: knowledge of nursing professionals about antineoplastic drugs and their effects on workers’ health; prior experiences of nursing workers with antineoplastic drug and exposure to it; understanding the tools to protect the customer, the environment and the worker; preventive measures in handling antineoplastic drugs applied by workers and institutions - an educational issue and perception of behavior in case of accidents with antineoplastic drugs.

Results:

It was found that the nursing staff lack experience and knowledge of the recommendations for safe handling of antineoplastic drugs. There were neither guidelines for their management nor for the procedures in case of accidents. There was neither training for the nursing teams following the methodology for continuing education nor for the use of appropriate personal protective equipment. The study showed that knowledge about the effects of Hazardousdrugs and that there were preventive measures to be adopted. Institutional issues also emerged as these topics both help and limit the reach of safety culture at work.

Conclusion:

It is crucial to engage the nursing staff as well as other professional and the directors of the institution in order to implement a safety culture to handle antineoplastic drugs. It is assumed that the training help them to became able to understand and follow the relevant recommendations for appropriate administration and safe handling practices for these drugs, evaluated as essential procedures in view of the impacts on nursing staff security and health.