Perceção de autoeficácia parental e estado emocional das mães de recém-nascidos prematuros, no primeiro mês após a alta da UCIN

Publication year: 2020

Enquadramento:

O internamento de recém-nascidos (RN) prematuros pode estar associado a dificuldades e emoções negativas das suas mães. Contudo, pouco se sabe acerca das respetivas experiências após a alta, tanto ao nível da Perceção de autoeficácia parental (PAP) como ao seu Estado emocional (EE), nomeadamente depressão, face as exigências do seu novo papel. Estas experiências subjetivas podem condicionar as suas capacidades de prestação de cuidados.

Objetivos:

Analisar a PAP e o EE das mães de RN prematuros, assim como a relação entre ambos. Analisar a relação entre a PAP ou o EE e variáveis obstétricas e neonatais, sociodemográficas, e situacionais, no primeiro mês após a alta.

Metodologia:

Estudo quantitativo, descritivo e correlacional, transversal, com uma amostra de 33 mães. Os dados foram obtidos através de autorrelato escrito, com um questionário que incluía a Escala de Perceção de Autoeficácia da Parentalidade Materna e a Escala de Depressão Pós-Parto de Edimburgo. A análise foi efetuada com o software IBM SPSS Statistics 24.

Resultados:

As mães têm, em média, uma PAP elevada, sendo que somente 18.18% indicou uma PAP razoável. Há menor PAP relativamente às dimensões Suscitar Comportamento e Ler Comportamento. Quanto ao EE, a maioria não está em risco de sofrer de depressão. Contudo, 15.15% estão em risco e 24.24% das mães provavelmente sofrem de depressão. Encontraram-se relações negativas com significado estatístico entre a Satisfação com a interação com o filho e o EE, a Satisfação com o apoio familiar e o EE, e a dimensão Tomar Conta e o EE.

Conclusão:

A avaliação da PAP permitiu identificar dificuldades das mães a nível do Suscitar Comportamento e do Ler Comportamento, pelo que se devem adequar os cuidados de enfermagem. É fundamental a identificação e intervenção em situações de risco, e de depressão pós-parto, permitindo a promoção tanto da segurança, como da saúde, das mães e dos RN prematuros. Sugere-se envolver mais a família (mãe, pai e avós) nos cuidados de modo a potenciar a interação com o RN e o apoio familiar.