Conhecimentos e atitudes dos pais relativas à vacinação: Estudo realizado com pais de crianças com idade igual ou inferior a 18 meses ou no último trimestre da gravidez

Publication year: 2019

A vacinação revelou-se como uma medida eficaz na melhoria das condições de saúde pública a nível mundial, contudo a preocupação sobre a segurança desta medida tem aumentado. Um conhecimento equivocado sobre a vacinação pode originar atitudes negativas relativas à vacinação e um grupo potencial de recusa vacinal.

Objetivos:

Analisar o conhecimento sobre a vacinação/imunização dos pais de crianças; analisar as atitudes relativas à vacinação desses pais; analisar a relação entre o conhecimento e as atitudes relativas à vacinação desses pais; Analisar a relação entre o conhecimento sobre a vacinação/imunização e variáveis sociodemográficas; Analisar a relação entre as atitudes relativas à vacinação e variáveis sociodemográficas.

Metodologia:

Estudo quantitativo, transversal, descrito-correlacional, com uma amostra de 90 pais. Os dados foram colhidos em alguns Centros de Saúde de Coimbra, através de um questionário constituído por diversas partes: caracterização sociodemográfica, The Vaccination Attitudes Examination Scale, Vaccine Hesitancy Scale, lista de verificação de medos relacionados com a vacinação, e o teste Measuring People?s Knowledge about Vaccination. A colheita de dados decorreu no período entre 3 janeiro a 31 Maio de 2019.

Resultados:

Os resultados evidenciam que a maioria dos pais manifesta um nível de conhecimento elevado sobre a vacinação. Contudo, ainda 16% manifesta níveis de conhecimento baixos. Os pais evidenciam um elevado nível de conhecimento sobre a necessidade e eficácia da vacinação. Verifica-se a persistência do conhecimento erróneo entre os pais de que a vacinação é obrigatória em Portugal. A maioria dos pais manifesta uma atitude pouco resistente/hesitante relativa à vacinação. Todavia, 84,50% dos pais têm ?preocupações sobre os efeitos imprevisíveis futuros? e 1/3 dos pais manifesta a sua ?preferência por imunidade natural?. Os principais medos evidenciados pelos pais são a dor provocada na criança e que o filho fique doente. Verificam-se relações significativas entre o nível de conhecimento e as atitudes relativas à vacinação, bem como com as habilitações académicas.

Conclusão:

Os enfermeiros devem identificar os conhecimentos erróneos dos pais associados a atitudes de resistência ou hesitação para que, assim, possam dirigir ações educativas promotoras de uma adesão consciente à vacinação.