A influência da autoestima no consumo de substâncias, ansiedade, stresse e depressão nos estudantes da licenciatura de enfermagem

Publication year: 2020

As transições suscitam diferentes emoções que surgem muitas das vezes pelas dificuldades encontradas nos próprios processos de transição e das situações que as originam, podendo causar instabilidade, alterações na autoestima, mudanças no desempenho de papéis, ansiedade, depressão e insegurança, até que encontre um novo equilíbrio (Tavares, 2014). Esta investigação propôs-se determinar a influência da autoestima no consumo de substâncias, ansiedade, depressão e stresse nos estudantes do ensino superior com o intuito de sensibilizar para a possível necessidade de intervenção no âmbito da saúde mental e psiquiatria e particularmente do Enfermeiro Especialista em Saúde Mental e Psiquiatria (EESMP), assumindo este um papel essencial na promoção da saúde e na prevenção da doença. Este estudo, descritivo-correlacional e transversal, utiliza como instrumento de recolha de dados o ASSIST – Alcohol Smoking and Substance Involvement Screening Test, EADS- 21 – Escalas de Ansiedade, Depressão e Stresse versão de 21 itens e RSES – Rosenberg Self-esteem Scale (escalas devidamente validadas para a população portuguesa). Utiliza uma amostra constituída por 66 estudantes do 1º ano da licenciatura em enfermagem.

Os resultados evidenciaram que:

os estudantes com idades superiores apresentam uma autoestima mais alta; a autoestima correlaciona-se de modo muito significativo e inverso com o stresse, depressão e ansiedade; a autoestima correlaciona-se significativamente e inversamente com o risco de consumo de ansiolíticos/sedativos/hipnóticos; a autoestima apresenta uma correlação estatisticamente significativa com o risco de consumo de estimulantes do tipo anfetamina e de outras substâncias. Estes resultados evidenciam que existe efetivamente campo de intervenção no âmbito da saúde mental e psiquiatria e especificamente para o Enfermeiro Especialista em Saúde Mental e Psiquiatria.