Publication year: 2018
A literacia em saúde mental tem vindo a assumir um lugar de relevo nas últimas décadas e define-se pelo conhecimento e crenças sobre perturbações mentais que ajudam no seu reconhecimento, gestão e prevenção. Este conceito tem como referencial fundamental para a investigação Anthony Jorm que desenvolveu os seus estudos pioneiros na Austrália. Envolve, essencialmente, o conhecimento que permite que uma pessoa tome medidas para melhorar a sua própria saúde mental ou a de outros.
A literacia em saúde mental inclui um conjunto de componentes interligados que são:
a capacidade de reconhecer distúrbios para facilitar a procura de ajuda; o conhecimento de ajuda profissional e tratamentos disponíveis; o conhecimento de estratégias efetivas de autoajuda; o conhecimento e habilidades para prestar a primeira ajuda e apoio a outros; e o conhecimento de como prevenir distúrbios mentais.
O objetivo do presente trabalho foi avaliar a literacia em saúde mental dos professores do 3º ciclo do ensino básico e ensino secundário acerca do uso/abuso de álcool dos jovens. Utilizou-se uma abordagem quantitativa, recorrendo a um estudo do tipo exploratório-descritivo. Como instrumento de colheita de dados foi utilizado o Questionário de Avaliação da Literacia em Saúde Mental (Loureiro, Pedreiro & Correia, 2012) na versão para adultos a partir de uma amostra de professores portugueses do 3.º ciclo do ensino básico e ensino secundário.
A amostra do estudo é constituída por 74 professores, com idades compreendidas entre os 27 e os 60 anos (média de idade de 44,24 anos), com uma média de 20,57 anos de exercício profissional (desvio padrão de 9,553 anos) de seis distritos de Portugal continental.
Com o desenvolvimento do estudo verificou-se a necessidade de formação dos professores em saúde mental de forma a prevenir e reconhecer as perturbações mentais, bem como o desenvolvimento de estratégias para prestar a primeira ajuda aos adolescentes.