A resiliência do adolescente com doença crónica: O papel do enfermeiro na sua promoção

Publication year: 2018

Enquadramento:

O número de crianças e adolescentes com doença crónica é significativo e tem vindo a aumentar (Pais & Menezes, 2010). A forma como os adolescentes lidam com os problemas relaciona-se com o seu potencial de resiliência que, não sendo um estado definitivo, constrói-se através de diferentes factores, incluindo a relação que estabelecem com os enfermeiros durante períodos de internamento (Santos & Barreto, 2014). Admitindo o potencial da resiliência no desenvolvimento saudável, reconhece-se a importância de orientar práticas de saúde destinadas à sua promoção.

Objectivos:

Identificar estratégias e/ou intervenções de enfermagem promotoras de Resiliência em Adolescentes com Doença Crónica (ADC); Avaliar o Nível de Resiliência dos ADC; e Relacionar o Nível de Resiliência dos ADC com as estratégias e/ou intervenções de enfermagem promotoras de Resiliência.

Metodologia:

Estudo misto, de cariz qualitativo e quantitativo, desenvolvido em duas fases: 1ª) Grupo focal, constituído por enfermeiros que prestem cuidados directos a ADC no Hospital Pediátrico de Coimbra, com vista a elencar intervenções de enfermagem promotoras de resiliência; e 2ª) Aplicação de um questionário (que inclui uma escala de resiliência validada para a cultura portuguesa ? Resilience Scale - e a lista de intervenções de enfermagem obtidas através do grupo focal - LIER) a adolescentes internados no Serviço de Pediatria Médica do HPC.

Resultados:

Os enfermeiros enumeram diferentes intervenções de enfermagem promotoras de resiliência nos ADC. O nível de resiliência destes é médio, sendo mais elevado nas raparigas e nos adolescentes com doença crónica do foro neurológico. Numa amostra de 32 ADC verificou-se uma baixa correlação entre o seu nível de resiliência e as intervenções de enfermagem recebidas.

Conclusão:

Os enfermeiros compreendem o processo de resiliência e reconhecem o seu papel de promotores da mesma nos ADC. A escala criada no Estudo I apresenta boa fiabilidade quando aplicada no Estudo II. Apesar da baixa correlação entre a RS e a LIER, os resultados apontam para uma tendência positiva na associação entre a resiliência dos ADC e o papel promotor do enfermeiro no desenvolvimento da mesma.