A experiência e satisfação com o parto em mulheres que frequentaram cursos de preparação para o parto e parentalidade
Publication year: 2018
A evidência científica tem vindo a demonstrar os contributos da preparação antecipatória da mulher/casal durante a gravidez, através da frequência de um curso de Preparação para o Parto e Parentalidade (PPP), contribuindo não só para uma perceção positiva da experiência de parto, mas também para que a mulher demonstre maior autocontrolo da dor e ansiedade. Durante algum tempo em Portugal, não existiram orientações específicas para os enfermeiros especialistas em ESMO, relativamente ao exercício desta intervenção com os casais. A Mesa do Colégio da Especialidade de Enfermagem de Saúde Materna e Obstétrica da Ordem dos Enfermeiros aprovou uma recomendação (Nº2/2012) sobre a Preparação para o Nascimento, que tem vindo a orientar a formação e as práticas neste âmbito. Recentemente a Direção-Geral da Saúde (2015) considera esta intervenção como parte integrante da oferta de cuidados de saúde à mulher/casal durante a gravidez. Atendendo às mudanças recentes nas políticas, que tentam tornar abrangente a toda a população esta intervenção, com melhoria na formação dos enfermeiros especialistas e orientações para a dinamização de projetos de intervenção na área, torna relevante o aprofundar do conhecimento sobre a satisfação e experiência de parto das mulheres grávidas que têm sido utilizadoras destes cuidados. Este aprofundar do conhecimento trará contributos para a melhoria das estratégias usadas nesta intervenção, as quais devem ser adequadas às expectativas e necessidades da grávida/casal. Realizou-se um estudo quantitativo, analítico e descritivo com o objetivo de avaliar e descrever a satisfação e a experiência com o parto das mulheres que frequentaram cursos de PPP durante a gravidez. Foi elaborado um questionário online com a caracterização sociodemográfica e obstétrica das mulheres e a aplicação do Questionário de Experiência e Satisfação com o Parto (QESP - Costa R. , Figueiredo, Pacheco, Marques, & Pais, 2004), no qual participaram 174 mulheres. Os dados foram tratados através do SPSS da qual resultou uma análise descritiva das variáveis. Conclui-se que em termos de caracteriação obstérica a prática converge nasorientações no que respeita à utilização de meios não farmacolócicos para alivío da dor, integração do pai em todo o processo de gravidez, acessibiliade dos curos de PPP e tipo de parto. Relativamente a satisfação da mulheres com o parto verifica-se que as mulheres sentem uma satisfação positiva com o seu trabalho de parto e pós-parto, sendo que o impacto mais positivo foi nas subescalas da experiência positiva e suporte do companheiro.