Perceção dos enfermeiros sobre o erro de medicação: Causas primárias e tipos de erro

Publication year: 2018

A segurança do doente é alvo de destaque nas instituições hospitalares e na atenção dos profissionais de saúde, por contribuir para uma melhoria dos cuidados de saúde. A administração de medicação é da responsabilidade dos enfermeiros e estes devem prevenir a ocorrência do erro, promover a segurança, detetar e prevenir falhas.

Objetivos:

conhecer e analisar a evidência científica produzida sobre os fatores que contribuem para o erro de medicação dos enfermeiros, conhecer e analisar a perceção dos enfermeiros sobre a frequência com que ocorrem os principais tipos de erro de medicação (TEM) e as causas primárias do erro de medicação (CPEM); analisar a relação entre as variáveis sócio-demográficas, atividade profissional, habilitações profissionais e literárias com a perceção dos enfermeiros sobre os TEM e CPEM.

Metodologia:

para o primeiro objetivo foi realizada uma revisão sistemática da literatura, seguindo a metodologia de Joanna Briggs Institute (2014). Para os restantes, foi realizado um estudo empírico, descritivo correlacional de abordagem quantitativa aos enfermeiros, num hospital da região centro de Portugal, utilizando duas escalas (Raimundo, 2012). Os dados foram tratados com o programa Statistical Package for the Social Science (SPSS versão 24 de 2016).

Resultados:

da revisão sistemática da literatura emergiram seis fatores: pessoais, laborais, cognitivos, relacionais, relacionados com a prescrição e relacionados com o fármaco. Do estudo empírico, os TEM percecionados como mais frequentes, foram a técnica de administração errada, a hora errada e o erro de prescrição. As CPEM mais frequentes foram a falta de enfermeiros, o enfermeiro trabalhar mais que 40 horas semanais e as interrupções durante a preparação de medicamentos. Verificou-se ainda que o sexo, a idade, o tempo de exercício profissional, o número de horas de trabalho semanal e as habilitações literárias têm efeito significativo no nível da perceção da frequência de ocorrência dos TEM e das CPEM.

Conclusão:

a identificação dos TEM e das CPEM é de significativa importância para que os enfermeiros construam estratégias preventivas e de intervenção relacionadas com o erro de medicação.