A integração da família no processo de cuidados ao doente paliativo: O papel do enfermeiro

Publication year: 2018

Os cuidados paliativos constituem atualmente uma resposta imprescindível em situações de doença incurável ou grave, em fase avançada e progressiva. A pessoa doente e a sua família são inseparáveis neste processo. Emerge a importância de analisar as questões que se relacionam com as intervenções dos enfermeiros na integração da família no processo de cuidados.

Este estudo tem como questão de investigação:

?Como é que os enfermeiros de unidades de cuidados paliativos da região centro integram a família no processo de cuidados?? e como objetivos: compreender a importância que os enfermeiros atribuem à participação da família no processo de cuidados; identificar elementos facilitadores e dificultadores; analisar as estratégias utilizadas e contribuir para um ?guia de boas práticas?. Trata-se de uma investigação qualitativa, recorrendo ao método de estudo descritivo desenvolvido em três contextos de cuidados paliativos na região centro. A seleção dos participantes (enfermeiros) assentou numa amostragem intencional de informantes estratégicos para a realização de entrevistas em grupos de foco. A informação recolhida foi sujeita a uma análise de conteúdo que tem por base o método proposto por Giorgi (Giorgi & Sousa, 2010). Foram cumpridas as formalidades éticas para a realização do estudo. Para os enfermeiros, a participação da família nos cuidados ao doente em cuidados paliativos é considerada pertinente para a família, para o doente e para os profissionais de saúde. Esta relevância acrescenta, porém a existência de fatores influenciadores neste processo, sendo as barreiras apontadas como superiores aos aspetos facilitadores.

As estratégias e orientações para a integração da família nos cuidados foram agrupadas em três pontos:

a cooperação no cuidado dependente, onde foram evidenciados aspetos técnicos ligados à colaboração nos cuidados de higiene e conforto, alimentação e manipulação de dispositivos médicos; a capacitação da família, onde são abordadas as questões do acolhimento e realização da conferência familiar, o incentivo à participação, a educação e supervisão dos cuidados e a adaptação social e responsabilidade dos próprios familiares; por último é apresentada a formação e sensibilização, onde se enquadra a preparação técnico-científica dos profissionais, específica em cuidados paliativos. Considera-se, em termos de conclusão, que esta investigação concorre, assim, para orientar a construção de planos de intervenção estruturados e a organização de um ?guia de boas práticas? sobre a integração da família nos cuidados ao doente paliativo.