Preparação do enfermeiro para intervir em situação de catástrofe

Publication year: 2022

Introdução:

Os enfermeiros sempre foram elementos fundamentais no planeamento e gestão de uma catástrofe. Assim, foi desenvolvido um estudo com os objetivos principais de avaliar a perceção dos enfermeiros sobre a sua preparação perante uma situação de catástrofe, determinar as necessidades de formação dos enfermeiros para intervir em situações de catástrofe e avaliar se a experiência da prática durante a fase crítica da pandemia COVID-19 contribuiu para preparar os enfermeiros para intervir em catástrofe.

Metodologia:

A população alvo este estudo descritivo simples e quantitativo ficou constituída por um total de 155 enfermeiros a exercer funções em Portugal. Para a recolha de dados foi elaborado um e-questionário estruturado em três partes: caraterização sociodemográfica e profissional; escala “Disaster Preparedness Evaluation Tool (DPET®)”, qual a formação em catástrofe e experiência profissional durante o contexto de pandemia. O projeto teve o parecer positivo da Comissão de Ética.

Resultados:

Da amostra obtida, 60,0% respondeu que seria parcialmente capaz de responder a uma situação de catástrofe e no global, a perceção dos enfermeiros sobre a capacidade de intervenção em catástrofes encontra-se em média abaixo do valor da mediana da escala, refletindo a falta de preparação. Apenas 15,5% dos enfermeiros dizem ter tido formação em catástrofe durante a licenciatura, indicando que têm falta de formação, sendo que, apenas 30% referiram algum tipo de participação em situações de catástrofe. Da amostra, 74,8% responderam que o serviço tem um plano de emergência. No entanto, 18,2% avaliam-no como desadequado. Constatou-se ainda que 84.45% dos enfermeiros questionados gostariam de aprofundar conhecimentos acerca do seu papel (competências) como enfermeiro numa situação de desastre. Apenas 8% dos enfermeiros não tiveram qualquer tipo de contato com a COVID-19 sendo que 20,6% tiveram de mudar de serviço durante a pandemia. 90,3% dos enfermeiros não realizaram formação nos 6 meses que antecederam a pandemia. No entanto, são da opinião que uma formação adequada teria sido uma mais-valia na sua preparação para esta situação.

Conclusão:

Os enfermeiros não se consideram preparados e referem a necessidade de formação e adequação do plano de intervenção.

Introduction:

Nurses have always been key elements in planning and managing a disaster. Thus, a study was developed with the main objectives of assessing nurses' perceptions of their preparation in a disaster situation, determining the nurses' training needs to intervene in disaster situations, and assessing whether the experience of practice during the critical phase of the pandemic COVID-19 contributed to preparing nurses to intervene in a disaster situation.

Methodology:

The target population of this simple descriptive and quantitative study was a total of 155 nurses working in Portugal. For data collection, an e-questionnaire structured in three parts was designed: sociodemographic and professional characterization; "Disaster Preparedness Evaluation Tool (DPET®)" scale; disaster training; and professional experience during the pandemic context. The project had the positive opinion of the Ethics Committee.

Results:

Of the sample obtained, 60.0% responded that they would be partially able to respond to a disaster situation and overall, the nurses' perception of their ability to intervene in disasters is on average below the median value of the scale, reflecting the lack of preparedness. Only 15.5% of the nurses reported having had training on disasters during their degree, indicating a lack of training, and only 30% reported some type of participation in disaster situations. Of the sample, 74.8% responded that the service has an emergency plan. However, 18.2% evaluated it as inadequate. It was also found that 84.45% of the nurses questioned would like to deepen their knowledge about their role (skills) as nurses in a disaster situation. Only 8% of the nurses had no contact with COVID-19 and 20.6% had to change service during the pandemic. 90.3% of the nurses had no training in the 6 months preceding the pandemic. However, they are of the opinion that adequate training would have been an added value in their preparation for this situation.

Conclusion:

Nurses consider themselves unprepared and refer the need for training and adaptation of the intervention plan.